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Caso do voto de abstenção de Cabo Verde na ONU: Chefe de Estado volta a insistir na necessidade de informação e articulação entre órgãos da soberania 01 Novembro 2023

Num post que acaba de publicar na sua página de Facebook, o Presidente da República volta à carga sobre o caso da abstenção de Cabo Verde na Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a resolução aprovada por 120 países que visa abrir o corredor humanitário em apoio à população da Faixa de Gaza, isto depois das explicações do Ministro dos Negócios Estrangeiros Rui Figueiredo Soares, sobre o sentido de voto da cidade da Praia (ver a peça neste jornal). José Maria Neves volta a insistir na necessidade da informação e articulação entre órgãos da soberania sobretudo em matérias complexas da política externa, lamentando que o Governo tem sido tímido neste aspeto. «Constato, com pena, que este Governo tem sido muito tímido, beirando às vezes a deslealdade constitucional, na informação e articulação, agindo sozinho, como se isso fosse conforme à Constituição e mais proveitoso para o país». E acrescenta: «A arrogância e o ’orgulhosamente sós’ nunca foram boa companhia em sociedades democráticas», alerta o Chefe de Estado no post, que publicamos a seguir.

Caso do voto de abstenção de Cabo Verde na ONU: Chefe de Estado volta a insistir na necessidade de informação e articulação entre órgãos da soberania

AINDA A PROPÓSITO DA ABSTENÇÃO DE CABO VERDE NAS NAÇÕES UNIDAS

Nos termos da Constituição da República, quem dirige a política interna e externa do país é o Governo.

No sistema de governo semipresidencialista, que é o de Cabo Verde, tendo em atenção os poderes do Presidente da República nas relações internacionais, é essencial, para o bem do país e para evitar ruídos desnecessários, que, nesse domínio, haja saudável cooperação entre os dois órgãos de soberania. Nesta linha, a informação e articulação do Governo com o Presidente da República não só é um dever como também uma boa prática, desde a aprovação da Constituição de 1992, sendo já um costume, e muito mais benéfico para a eficácia da política externa do país.

Lembre-se que em países de democracia mais consolidada, a própria oposição é ouvida nas questões mais sensíveis, e em Cabo Verde, o Estatuto da Oposição obriga a que assim se proceda, visando a busca de consensos em assuntos mais delicados e complexos da política externa.

A arrogância e o “orgulhosamente sós” nunca foram boa companhia em sociedades democráticas.

Constato, com pena, que este Governo tem sido muito tímido, beirando às vezes a deslealdade constitucional, na informação e articulação, agindo sozinho, como se isso fosse conforme à Constituição e mais proveitoso para o país.

Nunca é tarde chamar a atenção para a urgência, neste mundo instável, caótico e imprevisível, de agirmos com prudência, inteligência e a uma só voz na arena internacional, a bem da imagem do país e em benefício de todos, como aliás tem sido apanágio da boa governança de Cabo Verde, um Estado de Direito Democrático que funciona.

José Maria Pereira Neves

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