Empresas de César de Paço alvo de buscas da PJ
Em causa estarão os movimentos financeiros do empresário. À SÁBADO, César Paço diz que vai aguardar serenamente o desenrolar da investigação. "Hoje quando soube das buscas perguntei se queriam falar comigo e disseram que não", adiantou.
Segundo a revista, ASummit Nutritionals, do empresário César de Paço, está a ser alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária (PJ). Neste momento ( na manhã de hoje, altura da edião desta peça) a Unidade Nacional de Combate à Corrupção encontrava-se na sede da empresa, em Cascais, e terá estado a recolher documentação relacionada com os movimentos financeiros do empresário.
O inquérito que foi aberto pelo Ministério Público está a investigar alegados crimes de corrupção e branqueamento de capitais. Ao que a SÁBADO apurou, os inspetores procuram no computador da empresa indícios relacionados com a compra de peças para um carro do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, com a aquisição de um outro automóvel para o mesmo responsável e ainda outros movimentos que possam ser considerados suspeitos. A PJ procura ainda indícios semelhantes na documentação em papel guardada nos arquivos da Summit Nutritionals.
Contactado pela SÁBADO, César de Paço disse ter sido surpreendido pela notícia das buscas esta manhã, ao acordar, na sua casa nos Estados Unidos: "Apresentaram um mandado mas não sei qual a suspeita. Pedi à minha advogada para saber o motivo das buscas mas ela ainda não me disse nada."
Conforme inestivou a revista, o empresário adianta ainda que "há cerca de seis semanas a PJ pediu à minha funcionária que fosse prestar declarações. Ela foi lá e tinha a ver com uma queixa anónima sobre Cabo Verde. Eu estive em Portugal até há pouco mais de uma semana, se fosse grave tinham falado comigo. Hoje quando soube das buscas perguntei se queriam falar comigo e disseram que não".
César de Paço diz estar convencido de que o processo teve início após a apresentação de uma queixa anónima por parte de José Lourenço, um ex-colaborador que foi responsável pela distrital do Porto do partido Chega, com quem se incompatibilizou, e estará relacionada com uma alegada compra de um carro para o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde. "É com isto que tenho que lidar desde que conheci este senhor José Lourenço. Ele tentou extorquir-me dinheiro, não conseguiu nada e inventou. É por isso que tenho queixas contra ele em Portugal e no Brasil. Sei que a queixa é dele porque os documentos que enviou para a PJ enviou também para alguém que me conhece e que me fez chegar. Esperava que eu pagasse para não fazer a queixa mas como não tenho nada a temer não o fiz e ele avançou", diz segundo ainda Sábado.
Sobre a alegação de que comprou um carro para o ex-ministro cabo-verdiano Luís Filipe Tavares garante que é falso e que isso já foi provado em Cabo Verde. "A certa altura quis criar uma fundação em Cabo Verde e ia comprar um carro. Com a polémica que estalou lá desisti da fundação, fechei a conta que tinha aberto e pedi a exoneração de Cônsul Honorário. O ministro ficou com o carro e pagou-o com o dinheiro dele. Houve uma investigação em Cabo Verde, que foi arquivada porque se provou que não havia nada", acrescentou.
Salientou que, segundo a comunicação social deu conta, o processo foi arquivado em dezembro do ano passado por falta de provas. O ex-ministro cabo-verdiano estava acusado de ter nomeado César do Paço como Cônsul Honorário de Cabo Verde na Flórida em troca de um carro topo de gama, avaliado em 45 mil euros, recordou.
Para já, diz que vai aguardar serenamente. "Isto já foi investigado. Agora tenho a PJ no meu escritório. Obviamente que não vai encontrar nada porque não há nada para encontrar", Conclui César de Paço citado pela revista Sábado.