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Cerca de 70 fiscais morreram desde 2020 nas áreas protegidas em Moçambique 02 Agosto 2023

Cerca de 70 fiscais morreram desde 2020, em serviço, nas áreas protegidas em Moçambique, nomeadamente em ataques de animais e caçadores furtivos, num efetivo total que ronda o milhar de profissionais, de acordo com números apresentados pelo Governo.

Cerca de 70 fiscais morreram desde 2020 nas áreas protegidas em Moçambique

“Os desafios são enormes”, reconheceu, em declarações aos jornalistas, a ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, após inaugurar na segunda-feira, na província de Inhambane, as infraestruturas de gestão do Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto, para estes fiscais.

“São eles que têm dado a vida por nós, pela conservação de várias espécies emblemáticas que o nosso país tem. Só desde 2020 a esta altura já perdemos cerca de 70 fiscais. O que é muito para nós, olhando para aquilo que é o efetivo de cerca de mil fiscais que nós temos”, acrescentou, numa intervenção marcada igualmente pelas comemorações do Dia Internacional do Fiscal de Florestas e Fauna.

Moçambique possui 14 importantes regiões ecológicas, algumas das quais consideradas de importância global. A Rede Nacional das Áreas de Conservação engloba aproximadamente 26% do território nacional e compreende 19 parques e reservas nacionais, 20 coutadas oficiais, e uma variedade de outras categorias de áreas de conservação, cuja monitorização é garantida por estes fiscais.

O diretor dos Serviços de Proteção e Fiscalização da Administração Nacional de Áreas de Conservação (ANAC) de Moçambique, Carlos Lopes, reconheceu em 2018 que o país necessitava de ter ao serviço cerca de 2.500 fiscais, desde logo para combater a caça furtiva, sendo que com o efetivo de então, ligeiramente superior ao atual, cada um destes profissionais tomava conta de 315 quilómetros quadrados, contra uma área recomendável de 50 quilómetros quadrados.

As obras inauguradas na segunda-feira pela ministra Ivete Maibaze no Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto representaram um investimento de 39 milhões de meticais (560 mil euros), incluindo quartos e balneários para os fiscais, escritório com receção para visitantes, refeitório, armazéns e uma central elétrica de painéis solares.

A ministra destacou que a concretização deste marco decorre da estratégia do Governo de promover parcerias público-privadas para cogestão e desenvolvimento da Rede Nacional das Áreas de Conservação visando a sustentabilidade da gestão da biodiversidade e capitalização dos mecanismos de geração de receitas.

“Foi nesta perspetiva que, em dezembro de 2017, assinamos o acordo de cogestão com a African Parks, para a gestão do Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto”, recordou.

No domínio do reforço à capacidade de fiscalização, a governante destacou a melhoria do sistema de comunicação, com a introdução da tecnologia de rádio digital e implantação de sistemas de fiscalização em diferentes áreas de conservação, bem como a operacionalização do Sistema de Informação Florestal, garantindo ainda que vai avançar o treino e formação de mais de 300 fiscais de Florestas e Fauna Bravia.

A Semana com Lusa

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