O general falava hoje no Estado-Maior General das Forças Armadas, em Bissau, no ato de apresentação de cumprimentos de novo ano por parte dos diversos ramos militares e da polícia do país.
Num discurso, em crioulo, Biagué Na Ntan afirmou que o papel das Forças Armadas não é o de fazer um golpe de Estado.
“Pedi mil quilómetros de distância das Forças Armadas em relação aos políticos. A nossa missão não é a de fazer golpe de Estado”, observou o general Na Ntan.
O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses lamentou o “grave incidente” ocorrido em 1 de fevereiro em 2022, quando alguns militares atacaram o palácio do Governo, numa altura em que decorria uma reunião do Conselho de Ministros, presidida pelo chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.
As autoridades alegam que se tratou de uma tentativa de golpe de Estado e vários militares encontram-se detidos em Bissau acusados de participação no caso, em que morreram 12 pessoas.
Biagué Na Ntan afirmou hoje que não pretende ver repetida “nunca mais” uma situação idêntica.
“A paz nesta terra depende de nós”, sublinhou Biagué Na Ntan, para destacar que a Guiné-Bissau é de todos os guineenses.
O chefe das Forças Armadas preconizou para 2023 mais formação, capacitação e preparação combativa para os militares.
Biagué Na Ntan lembrou que no dia do seu juramento como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas prometeu submeter-se à Constituição da República e subordinação dos militares ao poder político legalmente instituído no país.
“O Presidente da República que hoje temos saiu aqui das Forças Armadas. Fui instrutor dele na artilharia, mas hoje é o Presidente da República”, disse Biagué Na Ntan, referindo-se a Umaro Sissoco Emabaló. A Semana com Lusa