Este responsável, que falava em declarações à Inforpress a propósito do "Dia Mundial da Rádio", assinalado esta segunda-feira, 13 de Fevereiro, afirmou que a rádio continua a desempenhar um papel “fundamental” na sociedade, porém frisou que o serviço público da radiodifusão implica que a Rádio de Cabo Verde preste um serviço de qualidade voltada à isenção e imparcialidade das informações.
Esta qualidade passa, defendeu este responsável que exerce a função desde 2021, pelas novas formas de veicular as notícias, acompanhando e adequando as tendências no mundo das tecnologias dentro e fora do País.
“Devemos estar sempre atentos ao que se passa no País e fora no mundo das tecnologias, porque é um desafio inerente a essa prática de fazer rádio em Cabo Verde” sublinhou o chefe de Informação da RCV, destacando que é uma barreira transversal e que dificulta a todos os “fazedores” da rádio.
Segundo afirmou Pedro Paulo, a instantaneidade do órgão aliada à rapidez e praticidade da internet tem ajudado a alargar as programações, acrescentando que as plataformas digitais funcionam como um “aliado e parceiro” na transmissão radiofónica.
“Porque hoje veiculamos uma notícia na rádio e instantaneamente já está a repercutir na internet, então os dois andam em simultâneo e paralelo”, confirmou este responsável descartando o “boato” de que esta vem perdendo audiência devido ao monopólio da internet.
Instado sobre os desafios da rádio pública, Pedro Paulo informou que não obstante a diversificação dos conteúdos, tem sido a reestruturação interna devido a perda dos recursos humanos.
Conforme explicou, nos últimos cinco anos a RCV perdeu cerca de uma dezena de profissionais, implicando um “jogo de cintura” para diversificar as informações e ao mesmo tempo, sublinhou, garantir os serviços sem perder a qualidade, procurando sempre, realçou, acompanhar os setores da economia, política, cultura e desporto.
“As pessoas vêm abraçando outros desafios como assessoria de imprensa, outros vão para a reforma, tivemos casos de falecimentos, e a nossa principal reivindicação neste momento não diria a contratação mas a reposição dos profissionais para acompanhar as atualidades nacionais e internacionais”, revelou Pedro Paulo.
Outro fator, avançou o radialista, relaciona-se com a motivação dos profissionais e os desafios internos como a aprovação do Plano de Cargo Carreira e Salários (PCCS), valorização do trabalhador e a organização interna.
Os desafios têm sido mais “pessoais” do que tecnológicos, porque, conforme avançou, a redação central foi equipada com um novo estúdio digital e encontram-se em preparativos para à semelhança da cidade da Praia, equipar as delegações em Assomada, bem como nas ilhas de São Vicente, Fogo e Santo Antão.
O Dia Mundial da Rádio é comemorado a 13 de Fevereiro em homenagem à primeira emissão de um programa da United Nations Radio (Rádio das Nações Unidas), em 1946. A transmissão do programa foi em simultâneo para um grupo de seis países.
Recorde-se que a data foi criada e oficializada em 2011, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).