A entrevista foi feita no âmbito do Dia Mundial das Competências dos Jovens, que se assinala a 15 de Julho.
Para Ailton Brito, o aproveitamento dos jovens no País tem-se revelado fraco, argumentando que por isso estão a optar por sair fora, sem vontade de ficar aqui, nem para trabalhar e nem para investir.
“Aqui a condição de vida está cara, tudo está caro”, precisou, acrescentando que a falta de emprego é um dos motivos, porque muitos não conseguem um emprego e os que o conseguem não vão porque o salário muitas vezes é pouco.
Por isso, pediu primeiramente que se aumente o salário mínimo, que a seu ver é muito baixo para o custo de vida em Cabo Verde, assim como mais oportunidade aos jovens para abrirem os seus próprios negócios.
Na mesma linha, o jovem Gerson Vaz declarou que por um lado há algum aproveitamento, mas advertiu, há jovens desempregados e parados em casa, por falta de trabalho.
A seu ver, é preciso dar mais oportunidades aos jovens, abrir campos, porque, fundamentou, constata-se que há pessoas nas diferentes áreas com tempo de serviço para irem para a reforma ou mesmo os que possuem mais de um emprego, ao invés de se investir na juventude, deixando-lhe explorar melhor o mercado.
Daí que, considerou, a falta de oportunidade é o principal fator que tem levado os jovens em busca de uma vida melhor lá fora, tendo fundamentado que muitos estão a trabalhar por um salário mínimo, que em comparação com o mercado em alta, não compensa.
“E a consequência já começamos a ver, já começamos a perder a mão de obra, porque agora encontramos entidades empregadoras a correr atrás de pessoas para irem trabalhar, o País vai perdendo na medida que perde os jovens, que são a força do País”, disse, afirmando que não consegue imaginar Cabo Verde daqui a uns quatro anos, uma vez que todos os dias os jovens na camada dos 16 e 17 saem para o exterior.
Edileia dos Santos também segue o mesmo pensamento, chamando atenção para casos de muitos quadros, licenciados e mestrados que ganham um salário injusto, em detrimento do tempo e sacrifício que fizeram para um dia viverem melhor.
“E com a pouca remuneração não conseguem fazer uma estimativa para o futuro, planear o que todos sonham, que é ter casa própria, estabilidade financeira e uma viatura própria, porque agora ter um carro já não é um luxo, é uma necessidade do dia a dia”, reforçou, apontando a falta de estabilidade com o fator principal que tem levado os jovens a optarem pela emigração em busca de novas oportunidades e desafios.
Contudo, pediu mais um olhar do Governo para a camada juvenil na parte do emprego e da estabilidade financeira, porque considerou também que o salário auferido no País é pouco, assim como relativamente ao contrato de trabalho que tem sido feito pelas entidades empregadoras, que não tem dado nenhuma confiança aos jovens e à banca para, por exemplo, construírem casa própria.
O Dia Mundial das Competências dos Jovens celebra-se a 15 de Julho, desde 2014, com o objetivo de dar visibilidade aos 1,2 mil milhões de jovens, entre os 15 e os 24 anos, que representam 16% da população global.
A Semana com Inforpress