Esta 3 ª edição, sob o lema “O Papel do cinema na construção da Nação”, decorre de hoje a domingo, 12, nas ilhas de Santiago e Fogo, organizada pela xan Film Productions e Visual Arts em parceria com a Mount Saint Mary’s University/Hollywood Studio Campus e a Fundação Amílcar Cabral.
De acordo com os mentores trata-se de uma forma de ajudar os jovens e realizadores cabo-verdianos a entender melhor como produzir um filme.
Segundo o organizador do evento, Genny Pires, que fez a abertura oficial do festival na Universidade de Cabo Verde acompanhado do Presidente da República, José Maria Neves, o festival em si é um momento de “orgulho, festa e celebração” de cinema africano e também de mostrar a cultura de Cabo Verde e ver aqueles valores de história que podem ser introduzidos no cinema.
“O cinema reúne todas as artes e é um poder que pode fazer muita coisa e servir para ensinar as pessoas sobre a sua identidade”, afirmou, afiançando que este festival é uma forma de ajudar os jovens e realizadores cabo-verdianos que têm os seus projectos sobre cinema e tem também uma homenagem a grande cineasta a nível mundial, Sarah Moldorol.
No festival, conforme adiantou, vão participar três filmes dos Estados Unidos e Eslovénia, que são candidatos a Óscares de 2024, e considerou que isto significa que Cabo Verde está também a ganhar uma dimensão internacional “grande”.
A homenageada do evento será Sarah Maldoror, considerada a primeira mulher negra a fazer cinema na África nos anos 1960.
Genny Pires avançou ainda que vão aproveitar também para gravar um filme na ilha do Fogo sobre Talaia Baixo para valorizar e resgatar vivências desta ilha que já caíram no esquecimento.
O Presidente da República, que presidiu o acto, disse que este é um momento “muito histórico, poderoso e importante” para Cabo Verde, pois a realização deste festival em Cabo Verde é a prova do “crescimento intelectual” do país.
Neste sentido, destacou a Universidade de Cabo Verde (uni-CV) como o “coração” da intelectualidade cabo-verdiana, afirmando que é um espaço onde há possibilidade de criação, ideias novas, e com isso pode-se inovar e criar mudanças positivas num país e comunidade, sublinhando que isto é muito “auspicioso” para o país.
José Maria Neves agradeceu Genny Pires por trazer este evento para Cabo Verde, o que é “extremamente difícil”, devido a uma “enorme escassez” de recursos, e onde não há espaços institucionais para apoiar iniciativas desta natureza e envergadura.
Mas que, continuou, mesmo assim esse jovem decidiu ultrapassar todos os obstáculos e fazer o possível.
Nesta 3.ª edição do festival vão ser exibidos 125 filmes de 82 países, com 20 prémios (troféus) em todas as categorias, que culmina também com várias homenagens, tanto nacionais como internacionais.
Neste primeiro dia, o Auditório Jorge Barbosa,na Cidade da Praia, vai acolher no final desta tarde, a abertura do “DjarFogo International Film Festival”, com exibição do filme “SAMBIZANGA” de Sarah Maldoror.
O Festival Internacional de Cinema DjarFogo apresenta-se como uma organização sem fins lucrativos com sede em Los Angeles e nas Ilhas de Cabo Verde.
Integra um Festival Internacional de Cinema, um ” Film África Lab / Filmmaking Mentorship” e um intercâmbio académico e cultural para promover histórias e imagens africanas através da exibição de filmes, artes visuais e outras apresentações imaginativas. A Semana com Inforpress