O empreendedor Ferdinandus Magellanus ( na gravura) porém morreu sem completar a missão e foi o espanhol Juan Sebastián de Elcano que concluiu a ousada empresa.
Quase 500 anos depois, "causou desconforto entre alguma opinião espanhola" a tentativa de Portugal que desde 2016 tem inscrita na lista de Património Unesco a grande navegação.
Como regista no início de 2019 o periódico ABC, há quem em Espanha considere que Portugal tenta "falsear a História" ao tentar reclamar louros de uma viagem que alegam "se fez não graças a Portugal, mas apesar de Portugal".
Os factos são que o navegador Ferdinandus Magellanus (nome com versões em português e espanhol) após vinte anos de carreira militar — com uma apreciável bagagem cultural-científico-tecnológica adquirida graças ao pioneirismo português na navegação do caminho da Índia — passou em 1519 ao serviço de Espanha, melindrado pela recusa do rei português à sua proposta de circum-navegação.
Em setembro desse ano Fernão de Magalhães sai de Sanlúcar de Barrameda a comandar uma frota de cinco navios. Os principais comandantes dos buques --- o nome espanhol para as naus de grande costado — eram portugueses e o número de tripulantes portugueses igualavam o de espanhóis.
A ilha de Santiago entrou na rota desta primeira circum-navegação da Terra. Pelo caminho, ficou Fernão de Magalhães (na gravura) morto na ilha de Mactan a 27.4.1521. Pagou com a vida a temerária aventura que pretendia punir o rei da ilha no arquipélago San Lázare (nome futuro: Filipinas) que recusou pagar tributo ao invasor português.
Morto Magalhães, o comando passou sucessivamente aos dois principais navegadores portugueses. De modo quase incrível, os dois morreram na temerária tentativa de vingar a morte de Magalhães.
Fontes históricas.