"Esta é, se quisermos, uma peça que conclui e completa o processo da condecoração, para além das insígnias, que também conta com um diploma onde se faz a documentação da condecoração", afirmou Paulo Lourenço, na Praia, à margem da entrega do diploma de agraciamento a título póstumo a Amílcar Cabral, líder histórico da independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde pelo Estado português.
O embaixador recordou que a cerimónia da atribuição das "insígnias do grande colar da ordem da Liberdade" já aconteceu com o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, na ocasião da entrega, "confiando-as à Fundação Amílcar Cabral", na cerimónia realizada em 10 de dezembro de 2022, na cidade do Mindelo.
Nessa altura, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, atribuiu a Ordem da Liberdade a Amílcar Cabral (1924-1973), num ato em que Universidade do Mindelo, ilha de São Vicente, também outorgou Amílcar Cabral com o grau de Doutor Honoris Causa.
"É uma condecoração extremamente importante, muito importante, e que eu aqui, como forma, me permiti sublinhar no momento da entrega do diploma, permiti referir que é não só uma distinção que é conferida por decisão de sua excelência o Presidente da República, professor doutor Marcelo Rebelo de Sousa, mas é também a expressão do reconhecimento, sob a forma desta condecoração do povo português, em relação à importância e ao papel que Amílcar Cabral teve", enfatizou Paulo Lourenço, após o ato.
O presidente da Fundação Amílcar Cabral e antigo Presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires, disse, também à margem da cerimónia, que enquanto líder da instituição se sente "honrado e gratificado" por esta distinção e que o reconhecimento tem um "elevado significado político e histórico".
"Não é um reconhecimento qualquer. É o grande colar da Ordem da Liberdade de Portugal", salientou.
"Na verdade, trata-se de uma decisão com um enorme alcance político, alcance histórico, mas também de alguém que interiorizou isso mesmo: a necessidade de valorizar este homem, cujo nascimento iremos celebrar no próximo ano. Queremos manifestar o nosso agradecimento, o nosso reconhecimento, a nossa gratidão por esta distinção, não só pessoalmente, mas na própria Fundação Cabral, onde vai ficar depositada a distinção, que se sente valorizada, gratificada por este ato", acrescentou.
O diploma foi entregue pelo embaixador de Portugal em Cabo Verde, Paulo Lourenço, a Pedro Pires, num ato que contou com a presença do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro cabo-verdiano, Lourenço Lopes.
Fundador do então Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que em Cabo Verde deu lugar ao Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), e líder dos movimentos independentistas nos dois países, Amílcar Cabral nasceu em 12 de setembro de 1924 e foi assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri, aos 49 anos. A Semana com Lusa