Por: Mª Lourdes Lima
A responsabilidade no uso da palavra institucional é muitas vezes posta em xeque, como no caso em apreço. Acontece sobretudo em situações que requerem o pronunciamento da pessoa institucional (chamemos-lhe assim).
A comunicação da pessoa institucional não pode ser intempestiva. Se o for, conduzirá a pronunciamentos intempestivos, com efeitos nocivos de longo alcance.
Ao contrário, a comunicação ponderada decorrente da observação atenta — etapa prévia que é patamar necessário antes de prosseguir, no percurso conducente à interpretação adequada e apropriadamente expressa — permite dar solução a um dado problema.
A comunicação imponderada (decorrente da lacuna de interpretação) acontecerá sempre que houver falta de treino, relativamente à ponderação dos problemas que a vida na sociedade nos traz.
Nesta dimensão comunicacional, o treino é, pois, importante e articula-se com a prática continuada de observação atenta ao real.
É imprescindível essa atenção ao que se passa na nossa sociedade, cada vez mais enformada numa rede de relações a nível global, nacional, local — que requer competências bem treinadas para a sua leitura.
Entropia é desafio
A independência de pensamento resulta de uma prática e atenção constantes que permitem organizar o caos constituído pela entropia própria desta sociedade da informação.
A entropia resulta, por exemplo, de noticiários sobrepostos. É facto que na mesma altura ocorreu o lançamento dum livro sobre a violência no namoro. O tema acabou por saturar a atmosfera web e... passou a permear todas as narrativas de combate: à VBG, à falta de respeito para com o próximo, à intolerância que corta a liberdade de pensamento, entre outras.
A comunicar para todos, mais do que nunca precisamos juntar as competências técnicas e a tradicional dose de bom-senso.