O acto de oficialização ocorreu na manhã de hoje, na Cidade da Praia, durante a assinatura do termo de aceitação de financiamento do projecto “Promoção da autonomia financeira e emocional de mulheres e meninas na Ilha do Fogo”, presidida pelo Embaixador de Portugal em Cabo Verde, Paulo Lourenço, e a presidente do ICIEG, Marisa Carvalho.

O projecto representa um esforço conjunto entre o Ministério da Família e Inclusão Social, as Nações Unidas em Cabo Verde e a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género de Portugal, e tem como objectivo o empoderamento económico, emocional e socialmente as mulheres em situações de vulnerabilidades no concelho de São Filipe, ilha do Fogo.

Na ocasião, a presidente do Instituto Cabo-verdiano da Igualdade e Equidade Género (ICIEG), Marisa Carvalho, explicou que o projecto irá beneficiar de forma directa 25 mulheres, que irão receber um kit de equipamentos para desenvolver as suas actividades de rendimento, e indirectamente 500 famílias vão ser sensibilizadas sobre temáticas da violência baseada no género e no empoderamento económico.

“Nos queremos que realmente seja um projecto que dê frutos e para isso temos que trabalhar de forma específica e especializada com essas mulheres e acompanhá-los não só na capacitação, mas também na fase de implementação e posteriormente fazer um acompanhamento personalizado em cada uma das beneficiarias”, apontou.

Carvalho adiantou que nesta primeira fase o projecto será implementado em São Filipe, porque existem ainda “grandes vestígios” de “masculinidade toxica” nessa ilha que impedem que as mulheres exerçam uma profissão fora do seu contexto doméstico, o que causa vulnerabilidade económica.

Por seu turno, o embaixador de Portugal em Cabo Verde, Paulo Lourenço, disse esperar que este projecto possa tirar conclusões que permitam perceber se as metodologias utilizadas foram eficazes para apurar se o projecto é de facto passível de uma “efectiva disrupção positiva” com o contexto de pobreza em que se encontram os mesmos beneficiários.

Na ocasião, considerou ainda que a selecção das beneficiárias é essencial para o sucesso do projecto.

Por outro lado, apelou o executivo cabo-verdiano e às autoridades competentes para acelerarem ou introduzirem medidas “mais assertivas” de combate às diferentes expressões de violência, entre as quais a pobreza genuína contra mulheres e crianças, que tantos atentam quer contra a sua autodeterminação, quer minando a coesão territorial do tecido social existente.

A Semana com Inforpress