Segundo a Lusa, esta posição foi transmitida por António Costa à entrada para a reunião da Comissão Política Nacional do PS, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter anunciado que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
“Obviamente, o PS está sempre pronto para eleições e respeita a decisão do Presidente da República. Foi uma escolha do próprio, visto que o Conselho de Estado não se pronunciou relativamente a essa proposta”, declarou, numa primeira nota de discordância face à decisão do chefe de Estado.
Depois, António Costa sustentou que o país tinha vantagens em evitar eleições antecipadas, tendo um novo Governo liderado pelo seu antigo ministro das Finanças e atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno.
“O PS, como referencial de estabilidade no país, competia-lhe apresentar uma solução alternativa que permitisse poupar ao país meses de paralisação até às eleições, passando pela indicação de uma personalidade de forte experiência governativa, respeitado a admirado pelos portugueses, com forte prestígio internacional: O professor Mário Centeno”, especificou.
Contudo, de acordo com a mesma fonte que cita o primeiro-ministro, “o Presidente da República entendeu que, melhor do que uma solução estável, com um Governo forte e de qualidade renovada, sob a liderança do professor Mário Centeno, a opção era a realização de eleições”.
“O país não merecia ser de novo chamado a eleições”, completou o secretário-geral do PS referido pela Lusa.
Centeno não será candidato ao PS
Entretanto, a solução de emergência desencantada por António Costa não estava nos plano de Mário Centeno – nem está o de ser agora candidato a secretário-geral do Partido Socialista. A CNN Portugal sabe que o governador do Banco de Portugal pretende continuar a sê-lo, num cargo onde, aliás, não se tem furtado a ter opiniões fortes e públicas sobre o seu entendimento quanto a políticas económicas, financeiras e orçamentais.
Para já, há dois possíveis candidatos à liderança do PS: Pedro Nuno Santos, dado como certo, e José Luís Carneiro, dado como possível. Já Fernando Medina, próximo de António Costa e da sua linha política no PS, não deu ainda qualquer sinal sobre qual a sua posição quanto ao futuro do PS, refere a CNN.