Desde quinta-feira, 22, que o recolher obrigatório dito couvre-feu, curfew, coprifuoco..., se tornou a regra na Europa, endurecendo o quotidiano das populações com medidas restritivas nunca vistas após a segunda guerra mundial.
A França que no domingo, 25, atingiu o total de 34.645 óbitos, tinha também três dias atrás, alargado as medidas restritivas a todo o território, nesse dia, 22, em que o país de 67 milhões atingiu o recorde diário de de mais de 42 mil infeções e duzentos e noventa e oito óbitos (Covid em França atinge 1 milhão de infetados, últimas 24 H com 298 óbitos e 42.032 infetados, 24.out).
O chefe do governo, Jean Castex, ao anunciar que as medidas restritivas iam atingir dois-terços do território, disse: "Ninguém será poupado".
Espanha regressa ao estado de emergência até abril
A Espanha, com 1.110.372 infetados no domingo 25, tem na província de Navarra o pior surto: 10 mil casos por milhão de habitantes, que é o triplo da média nacional. Todos os bares e restaurantes estão fechados e o comércio essencial fecha às nove da noite e as deslocações interconcelhias estão proibidas.
Madrid, que também na segunda vaga já foi o ponto mais crítico da epidemia em toda a Europa, baixou as medidas mais duras há duas semanas. Mas o ministro da Saúde já avisou que apesar da recente estabilização do contágio ainda há muito a fazer.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, introduziu um sistema de alerta no fim de semana para a Inglaterra. No País de Gales, desde sexta-feira que vigora o recolher obrigatório que impõe o encerramento das lojas e o confinamento em casa, exceto para deslocações essenciais.
Na Irlanda o primeiro-ministro, Michael Martin, anunciou o encerramento de lojas "não essenciais" durante seis semanas. As deslocações estão também proibidas para mais de cinco quilómetros de casa. As escolas estão abertas.
Itália fecha ginásios, piscinas, teatros e cinemas
A Itália impõe o recolher obrigatório em toda a região do Lazio que inclui Roma, e em mais duas grandes metrópoles, Milão e Nápoles, das 22 às cinco horas.
Em Roma, os operadores de casas noturnas manifestaram-se contra a medida que "vai sufocar o setor até à morte".
Nesse mesmo dia, Giuseppe Conte — que evita repetir a drástica medida que em março fez da Itália o primeiro país a fechar a economia — acena com a promessa algo ilusória de uma vacina para muito breve (Covid em Itália: Primeiro-ministro anuncia vacina anti-Covid para 1ª semana de dezembro, 23.out.).
Também a Grécia impõe o recolher obrigatório da meia-noite e meia às cinco da manhã, nesta altura em que Atenas e outras cidades do país registam altas taxas de infeção. O uso da máscara em público passou a ser obrigatório, tal como na vizinha República de Malta.
"Temos de atingir a meta que é reduzir as deslocações e os ajuntamentos noturnos favoráveis à transmissão do vírus", apelou na televisão o primeiro-ministro. "Com um pouco menos de diversão, durante um período limitado, vamos ter mais saúde durante muito mais tempo", afirmou Kyriakos Mitsotakis no dia em a Grécia atingiu o recorde de 882 infeções e quinze óbitos.
A República Checa, que na primeira vaga, na primavera impôs medidas restritivas tidas como mais severas do que outros países com taxas de infeções e letalidade mais graves, nesta segunda vaga está a registar taxas tão elevadas — no domingo, 25, atingiu mais de 250 mil casos — que o governo teve de impor o fecho parcial de estabelecimentos comerciais e hoteleiros mas também de serviços públicos.
O ministro da Saúde, Roman Prymula, ao anunciar as diversas restrições à movimentação das pessoas e o fecho da economia afirmou que era "uma medida radical mas necessária".
O primeiro-ministro, Andrej Babis, que ao impor as medidas na primavera prometera que estas não voltariam a repetir-se, na sexta-feira, 23, explicou aos checos de modo apologético que sem as novas restrições — durante dez dias, até 3 de novembro — "o sistema nacional de Saúde colapsará na primeira semana de novembro".
A Bélgica continua no grupo de países com a mais alta taxa de letalidade e esta semana comunicou a hospitalização, nos cuidados intensivos, da atual ministra dos Negócios Estrangeiros, Sophie Wilmès, que como primeira-ministra liderou o combate ao surto de coronavírus na primeira fase.
A Polónia que neste domingo atingiu o total de 253.688 e 4.500 óbitos tinha
registado na quinta-feira, 22, um novo recorde diário de 12.110 infeções e 170 óbitos. Nesse dia, o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, anunciou novas medidas como o uso obrigatório de máscara em todo o espaço público, o fecho de espaços desportivos e a limitação no número de clientes nas lojas e de utentes nos transportes público.
A Alemanha na quinta-feira, 22, atingiu um novo recorde diário de mais de 10 mil infeções depois de na véspera ter registado um recorde de 7.830. O ministro da Saúde, Jens Spahn, que no dia 21 testou positivo para a Covid-19 está de quarentena. No domingo o total de infeções é de c.430 mil e o de óbitos está nos 10.100.
Protestos contra uso de máscara reúnem milhares
Há quem esteja contra o uso — ponto. Há quem proponha que seja facultativo o uso das máscaras anti-Covid.
Em Lisboa, depois de Berlim, Varsóvia, Milão... , o fim de semana 24-25 foi de revolta cidadã — de imediato reprimida pela polícia (foto).
Em Portugal, o bastonário da Ordem dos Médicos afirmou no domingo que os médicos que saíram à rua para falar contra o uso de máscaras terão de responder no conselho disciplinar da OM.
Fontes: Euronews/DW/BBC/La Stampa/El País... Foto: Em Milão, o fim de semana 24-25 foi de revolta cidadã reprimida pela polícia.