Jorge Noel Barreto fez essa leitura quando fazia balanço sobre um ano do registo do primeiro caso da covid-19, que apareceu na ilha da Boa Vista a 19 de Março de 2020.
“Durante este ano, mais de três mil profissionais de saúde trabalharam para fazer face a covid-19, sendo que destes 350 testaram positivo. Foi um ano bastante trabalhoso e cheio de desafios, pois, quando começamos com os primeiros casos não havia todas as condições, mas começamos a dar os primeiros passos até conseguirmos dar resposta às necessidades”, disse.
Segundo escreve a Inforpress, o director nacional da Saúde, que considera que Cabo Verde tem demonstrado uma “enorme capacidade” de resposta colectiva a um dos maiores desafios do sector, explicou que quando começou a pandemia não havia no arquipélago todas as condições laboratoriais para fazer o diagnóstico, pelo que as primeiras amostras tiveram que ser enviadas a Portugal para análises.
Para o especialista em infecciologia, avança a mesma fonte, o país, com vontade de avançar, conseguiu, através dos seus parceiros, reunir condições para que o serviço da Praia começasse a fazer os exames de diagnóstico.
Frisou ainda que com o alastramento da pandemia a todas as ilhas, Cabo Verde investiu para poder dar respostas a nível de exames laboratoriais na Praia, São Vicente, Fogo e Sal, estando previsto, agora, investimentos, a nível laboratorial, para Boa Vista, cita Inforpress.
“Para dar vazão às necessidades foram recrutadas algumas pessoas do sector da saúde, através de contratos, o que elevou a gastos extras do Governo com o sector em vários milhares de contos”, indicou, apesar dos apoios recebidos dos parceiros nacionais e internacionais.
A pandemia, segundo Jorge Noel Barreto, no caso de Cabo Verde, constituiu oportunidade para compra de equipamentos e recursos que o país precisava para cuidar melhor os doentes da covid-19.
“Isto permitiu que o país reforçasse a sua capacidade de diagnóstico e atendimento em várias frentes, permitiu que o hospital do Sal recebesse uma certificação em termos de prevenção e controlo da infecção, entre outras coisas”, observou.
A mesma fonte ainda explica que, questionado sobre como será o futuro com o eventual surgimento de outras epidemias, Jorge Noel Barreto avançou que as situações de agentes infecciosos são diferentes, pelo que admite que tudo é um desafio.
Há precisamente um ano, Cabo Verde registou o primeiro caso de covid-19, que marcou o início de uma dura caminhada, que ainda hoje se faz sentir.
O país contabiliza 481 casos activos, 15.646 casos recuperados, 158 óbitos, cinco mortes por outras causas, oito transferidas, perfazendo um total acumulado de 16.298 casos positivos.