Numa intervenção antes da ordem do dia, no regresso da Assembleia Legislativa após a pausa de verão, Ip lembrou que o plano de diversificação, até 2028, da economia de Macau, dependente do turismo, prevê o desenvolvimento de “serviços financeiros modernos”.
O plano defende ainda uma aposta nos serviços comerciais e financeiros entre a China e os países de língua portuguesa, na promoção da medicina tradicional chinesa nos mercados lusófonos, assim como esforços para atrair tecnológicas do Brasil e de Portugal.
Ip Sio Kai disse hoje que o valor das obrigações já listadas em Macau “é grande”, mas defendeu a necessidade de “expandir ativamente” para além da “fonte principal de emissão de obrigações (…) pouco diversificada”, as autoridades da China continental.
O deputado defendeu que o território deve “lançar medidas de apoio e de incentivo e subsídios financeiros” para apoiar a emissão de dívida na moeda chinesa “órgãos de soberania, instituições financeiras ou grandes empresas dos países de língua portuguesa”.
O também vice-diretor-geral da sucursal de Macau do Banco da China disse ainda que Macau deve “reforçar a divulgação”, para “aumentar a capacidade de absorção de fundos em renmimbi nos mercados ‘offshore’ e nos mercados de ativos desta moeda”.
O Governo de Macau tem defendido uma aposta no setor financeiro para diversificar a economia, muito dependente dos casinos, mas não tem ainda data para a criação de uma bolsa de valores ‘offshore’, denominada em renmimbi.
As autoridades têm ligado a criação de uma bolsa ao papel que Macau tem assumido enquanto plataforma de serviços comerciais e financeiros entre a China e os países de língua portuguesa.
Em maio de 2019, Portugal tornou-se o primeiro país da zona euro a emitir dívida na moeda chinesa, no valor de dois milhões de renmimbi (255,2 milhões de euros).
A Semana com Lusa