"É uma manifestação de emergência pelo que tem estado a acontecer no país nos últimos dias, uma onda de violência e agressão. Então decidimos que temos que dizer à nossa comunidade que é preciso sair à rua para nos manifestarmos em frente a uma instituição internacional para que a comunidade internacional possa saber o que está acontecer no país", afirmou Iaia Barri, um dos organizadores deste protesto, em declarações à agência Lusa.
Esta manifestação acontece no seguimento do ataque contra o advogado Marcelino Intupé, espancado, na noite de terça-feira, alegadamente por homens fardados e armados. A família de Iaia Barri relatou situações de "medo" na Guiné-Bissau, com receio mesmo sobre a realização desta manifestação.
"Eles vivem num clima de medo, mesmo quando eu e os meus amigos decidimos avançar com esta manifestação, muita gente me ligou a dizer para não avançar, porque a nossa família lá pode pagar, mas eu decidi seguir em frente porque, para eu estar aqui, muita gente se sacrificou", avisou o organizador.
O clima de medo da Guiné-Bissau também é relatado por Ravelina Tigna, instalada em Paris há cerca de três anos, mas também a fome, com esta emigrante a destacar a importância das remessas para a economia do país.
"O medo está instalado e há fome. A Guiné-Bissau é um país fértil, que tem tudo em termos de agricultura para se desenvolver. [...] A diáspora em geral é o PIB da Guiné-Bissau, nós não trabalhamos para nós, eu passo todos os meses a trabalhar para fazer remessas para a Guiné-Bissau, senão os meus familiares não vivem, eles sobrevivem", declarou esta manifestante.
Quanto às eleições legislativas para quais ainda não há data, Iaia Barri considera que nem daqui a seis meses elas serão realizadas, questionando-se como não há fundos para a organização do ato eleitoral, mas sim para as deslocações permanentes do Presidente. A Semana com Lusa