Cabo-verdiana da ilha do Sal, residente na Suíça, Didi Lopes, prontifica-se como uma autêntica matriarca de uma família toda ela virada para competições dos desportos náuticos, tendo como referência maior Airton Cozzolino, campeão do mundo na disciplina de kitesurf e que se destaca na alta competição pelas suas destrezas acrobáticas nas águas.

“Falar do desporto na minha família é uma emoção, porque sendo a única mulher da família e a maior de todos os meus irmãos, revejo-me em Airton e Rafael Lopes e no filho Hendrick. Sinto uma grande emoção ver os meus meninos a criar nas praias de mar, esta terra nossa que é uma bênção, o nosso tesouro”, referiu Didi Lopes à Inforpress.

Recordou que iniciou as primeiras pisadas no mundo de surf à mesma altura que o mano Airton Cozzolino, desde pequenino, e que tem acompanhado toda a sua ascensão, não só como atleta, mas sobretudo como um irmão.

Afirmou que agradece esta figura de proa do kitesurf mundial, pelo “carinho, força e poder que tem vindo a transportar para a próxima geração”, que já conta com nomes a se ter em conta como Hendrick Lopes, que já compete nos mundiais, tanto nas disciplinas de kitesurfista como wing-foil.

Gaba-se do filho Hendrick ter já competido em vários palcos mundiais, ocupando actualmente a sexta-posição do “ranking” mundial de kitesurf, e uma das cinco primeiras posições no wing-foil, asseverando que se destaca como um “grande surfista”, que venceu muitas competições nacionais nas diversas disciplinas de surf.

“É um prazer imenso ver o meu irmão a criar com a mesma paixão encontrada na família para a prática do desporto, enquanto um activo para Cabo Verde. Em Santa Maria devíamos dar um bocadinho mais de atenção aos nossos surfistas, porque é um desporto que protege os nossos meninos, impedindo-lhes de seguirem caminhos errados”, referiu.

Mostrou-se preocupada pela forma como “o país vem perdendo muitos jovens por males sociais como drogas, bebidas”, e exortou mesmo o Governo no sentido de “dar um bocadinho mais de atenção à modalidade do surf”, ressalvando que competir nesta modalidade exige investimento, “sponsors” para custear viagens.

Com apostas certas, afiançou, Cabo Verde vai continuar a ter campeões mundiais à semelhança de Mitú Monteiro, Airton Cozzolino, Matchú Lopes, alegando que todos estes campeões do mundo despontaram nos mares de Santa Maria e que se torna gratificante o amor e respeito que nutrem pelos oceanos.

Nesta onda de vida do mar, destacou a prestação do irmão Rafael Carlos Lopes, o mais novo membro da família que vem despontando no mundo dos desportos náuticos, tendo já conquistado títulos nacionais nas provas de surf e que, se prepara para lançar-se nas competições internacionais.

Didi Lopes disse que a família tem-se destacado, sobretudo nos desportos náuticos e de praia, afiançando que em tempos surgiram alguns futebolistas, mas que a nova geração está toda virada para o surf, modalidade que se tornou eleita como a “power-house” da família.

Relativamente à sua presença no mundial de 2019 de Kitesurf, Didi Lopes disse que praticamente competiu de forma descontraída, mas com responsabilidade para melhor representar o país, mas que sente mais adrenalina quanto o filho Hendrick Lopes compete, e não tanto como Cozzolino, pois que este já goza de prestígio internacional.

“Como mãe é uma emoção forte. Há sempre uma conexão própria de mãe para filho e para o meu país”, explicou ela que não dispensa a companhia da bandeira de Cabo Verde durante toda esta etapa I do circuito mundial de kitesurf e de wing-foil, afirmando que tem sido um “habitue” ao longo da sua vida, quer seja na Suíça, quer na terra natal. A Semana com Inforpress