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Director do Projecto Vitó pede investimento na infra-estruturação portuária para garantir condições de ancoragem 11 Agosto 2023

O director executivo da Associação Projecto Vitó exortou as autoridades a unirem esforços para equipar as ilhas Brava e do Fogo com infra-estruturas portuárias, que permitam investimento em embarcações de 11 metros.

Director do Projecto Vitó pede investimento na infra-estruturação portuária para garantir condições de ancoragem

Herculano Dinis, que falava na cerimónia de inauguração da embarcação Venus, de 11 metros e devidamente equipado, inclusive para transporte de doentes em maca, adquirida pela Associação Projecto Vitó, disse que a embarcação “é boa e um recurso logístico” colocado na ilha do Fogo que pode ser usado para qualquer eventualidade e necessidade.

“A embarcação é boa, mas as condições de logísticas no porto de Vale dos Cavaleiros e a capacidade local para albergar uma embarcação semelhante constitui desafio e constrangimento maior”, disse Herculano Dinis, observando que se a ilha conseguir mais duas embarcações do género será “um grande problema”.

Por isso, apelou às autoridades municipais, a Enapor e à própria Presidência da República a desenvolverem esforço e diplomacia de influência para equipar a ilha com infra-estruturas portuárias que permitam investimento do género porque, explicou, será um desafio fazer a sua gestão.

Herculano Dinis avançou que o projecto já teve constrangimentos, que tenta ultrapassar, o que só será possível com “investimentos fortes” a nível da infra-estruturação portuária nas ilhas do Fogo e Brava, permitindo assim que outras entidades, privadas ou públicas, possam fazer investimento semelhante ao do Projecto Vitó.

Durante a sua intervenção explicou a atribuição do nome de Vénus à embarcação e especificou as características da embarcação que tem uma capacidade de 30 nos e que fez o percurso Praia/Fogo em três horas e Fogo/Brava num tempo de 15 a 20 minutos.

Disse que a mesma estará à disposição das autoridades policiais e municipais para protecção civil, fiscalização, além do trabalho de monitorização das acções do projecto e da possibilidade de transportes de doentes e resgates de pescadores ou outros.

Por sua vez o presidente da câmara de Santa Catarina do Fogo, Alberto Nunes, reconheceu o trabalho que Associação Projecto Vitó está a desenvolver a nível do País e com ênfase na Região Fogo/Brava, sublinhando que seria ideal o surgimento na sociedade civil de muitas outras organizações como o Projecto Vitó.

“A embarcação que agora chegou é uma solução em várias dimensões para a Região Fogo/Brava, para transferência de doentes e todos devem acarinhar esta embarcação”, disse o edil de Santa Catarina do Fogo, sublinhando que há uma mentalidade de que as autoridades governamentais é que devem assumir iniciativa do tipo, mas este é o exemplo, sustentou, de que dentro da sociedade civil podem surgir grupos com soluções para a região e para o País.

O presidente da Câmara Municipal de São Filipe, Nuías Silva, por seu lado, mostrou-se satisfeito na qualidade de presidente do município sede onde o Projecto Vito desenvolve todas as suas actividades para a Região Fogo/Brava “e não só”.

“É uma ONG que tem demonstrado uma organização distintiva na capacidade de mobilizar e materializar projectos e na qualidade de presidente em exercício da Associação dos Municípios do Fogo e da Brava é um orgulho poder contar com um parceiro como o Projecto Vitó”, disse Nuías Silva, para quem este “importante equipamento”, além de servir na monitorização dos trabalhos do Projecto Vitó, pode ser útil à região no contexto de transferência de doentes, Protecção Civil ou qualquer outro contexto que vier a demandar o serviço desta embarcação.

Nuías Silva disse ter registado a preocupação do director executivo do Projecto Vitó e defendeu a necessidade de continuar a dialogar com o Governo e a trabalhar os dossiês a nível das infra-estruturas portuárias e a sua modernização para permitir não só ancoragem dos barcos como permitir até outros voos para a Região Fogo/Brava.

Por outro lado, avançou que a edilidade de São Filipe está em diálogo com o Projecto Vito na questão da Protecção Civil e está a analisar a forma de poder associar uma embarcação que a câmara destinou a este sector para ser enquadrado neste leque embarcações que podem estar à disposição da região.

Com relação ao programa Guardiões do Mar, disse que os pescadores estão “mais bem formados, capacitados e preparados” para tirarem “maior proveito” do recurso mar, mas de forma sustentável e de modo a não prejudicar a própria actividade económica deles e o legado para o futuro.

Mostrou-se ainda disponível, enquanto parceiro, para trabalhar com o Projecto Vitó para densificação desses projectos e com associação dos pescadores.

Nuías Silva aproveitou para informar aos pescadores de que a máquina de produção de gelo com capacidade para cinco toneladas que a câmara mandou adquirir já se encontra na Cidade de Praia, esperando que dentro de semanas possa ser instalada nas imediações do porto.

A Semana com Inforpress

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