Ana Samira Baessa fez estas afirmações à imprensa, à margem da cerimónia de abertura da formação “Inventário e digitalização do acervo museológico”, ministrada pelo Instituto do Património Cultural (IPC) e financiada pelo Escritório Regional da Unesco em Dakar.
“É uma formação que dá início ao processo de inventário de digitalização da colecção, este projecto vai ser desenvolvido em três fases, sendo que a primeira fase tem a ver com o inventário para o conhecimento da colecção existente, a segunda que tem a ver com o processo de digitalização, para serem disponibilizadas nas plataformas virtuais e a terceira componente que tem a ver com a definição de ferramentas para divulgação e comunicação de uma forma mais massificada possível”, indicou.
Considerou, neste sentido, ser necessário capacitar todos os técnicos não só do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, mas também outros técnico afectos a outras estruturas museológicas, estimulando as boas práticas em áreas nucleares da actividade museológica, cujas ferramentas, a seu ver, serão úteis no desenvolvimento das suas capacidades.
Reconheceu, no entanto, que o conhecimento relativo ao acervo museológico é pouco superficial, isto em termos quantitativo e que não há um levantamento exaustivo do estado de conservação desses objectos.
“Quando estamos a falar do inventário, estamos a falar de um procedimento essencial à gestão dos museus, ou seja, é uma identidade que vamos criar para cada um dos objectos, isto para além de permitir uma gestão corrente das colecções, permite também a sua inclusão em exposições itinerantes e temporárias, que podem ser desenvolvidas ou partilhadas em vários outros museus. E isto também é visto numa perspectiva de ser um mecanismo de segurança, ou seja, estamos também a trabalhar para que possamos prevenir o tráfico ilícito de bens culturais”, adiantou.
A directora dos Museus especificou ainda que esta formação irá contribuir na criação de condições para a identificação das peças de forma mais exaustiva possível para, em caso de roubo, facilmente as instituições responsáveis contactar as autoridades para a sua identificação, lembrando que o tráfico ilícito em bens culturais é um fenómeno global.
“Nós temos uma riquíssima colecção no museu da arqueologia estamos a falar de objectos que foram recolhidos desde a década de 90, em escavações terrestres, e estamos a falar de uma importante colecção do património arqueológico subaquático ou seja colecções que foram recolhidos nos naufrágios ocorridos em Cabo Verde”, realçou.
“Temos uma valiosa colecção, estou a falar do valor histórico cultural, mas também do valor monetário e a nossa perspectiva é trabalhar esta colecção e conhecer ao máximo possível esta colecção, fazer o seu registo a sua digitalização e colocá-la ao serviço da educação e turismo”, concluiu.
A Semana com Inforpress