Em declarações, conforme escreve a Inforpress, no âmbito da celebração do Dia Internacional de Luta para eliminação da Discriminação Racial, que se comemora hoje, 21 de Março, José Correia explicou que esse tratamento tem a ver com as diferenças culturais e raciais.
“Não é uma discriminação em termos de oportunidades e de raça. É diferencial por causa das desigualdades que existem e também por ser uma imigração recente, o que exige um processo de conhecimento e de percepção”, precisou.
Para José Correia, avança a mesma fonte, não há motivos para dizer que há uma “discriminação de facto”, ressalvando que há ainda um caminho a percorrer no processo de integração dos chineses em Cabo Verde, dada à diferença de cultura, de hábitos e de língua”.
Mesmo assim, considerou que, apesar de actualmente haver mais tolerância da sociedade com relação à comunidade imigrada, há ainda espaços para melhoria.
“Estamos melhores do que há 10 ou 20 anos porque houve muita evolução em termos de integração e de aproximação entre as pessoas”, notou o responsável, considerando que os “sucessivos Governos”, têm feito um “trabalho interessante” em termos de políticas de integração dos estrangeiros.
O Dia Internacional contra a Discriminação Racial foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com a Resolução A/RES/2142 (XXI) de 1966, em memória ao “Massacre de Shaperville”, em 21 de Março de 1960.
Nesta data, aproximadamente vinte mil pessoas protestavam contra a “lei do passe”, em Joanesburgo, na África do Sul. Esta lei obrigava os negros a andarem com identificações que limitavam os locais por onde poderiam circular dentro da cidade.
A ONU a define como qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, económico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública.