O inseto mosca-lanterna — de asas pintadas de vermelho, preto, bege e branco, além do corpo amarelo — é na verdade inofensivo para os humanos e outros animais, mas destrutivo para o mundo vegetal: devora vorazmente plantações de frutas, videiras, plantas ornamentais e até madeira.

A menina, decidida a contribuir para eliminar a praga na sua cidade de Caldwell, New Jersey, saiu a pulverizar o bairro com o repelente que inventou a partir das suas leituras. Feito apenas de água, detergente e vinagre-de-maçã.

A iniciativa acabou por ter um desfecho inesperado, que a pôs primeiro na mira da polícia e depois depois a tornou em celebridade nacional e até intenacional.

Primeiro, Bobbi foi abordada pela polícia, que um residente do bairro chamou "para denunciar uma pessoa suspeita perto da sua casa". Este é um fenómeno que nos Estados Unidos é "recorrente" e se manifesta pela "adultificação" de crianças afroamericanas.

O incidente deu-se em outubro. Depois, foi chegando às redes de notícias e acabou gerando uma grande discussão sobre a discriminação racial nos Estados Unidos.

Foi então que uma professora da Escola de Saúde Pública da universidade de Yale, Ijeoma Opara, decidiu convidar Bobbi e prestar-lhe homenagem como pequena cientista.

Bobi chegou acompanhada da irmã mais velha, Hayden, de 13 anos. Na prestigiada universidade "puderam partilhar experiências com cientistas de sucesso". Depois dessa primeira visita, diz o site da Yale, Bobbi foi de novo convidada "para receber honras da universidade pelas suas proezas científicas".

Desde então, a menina de nove anos já foi homenageada na universidade de Princeton, no American Museum of Natural History e outras instituições científicas.

Lycorma delicatula é o nome científico da mosca-lanterna-pintada. Segundo a literatura especializada, é originária da China e da Coreia do Norte. Daqui, espalhou-se para a Coreia do Sul, Vietname, Índia e Japão. Foi só recentemente que foi detetada como espécie invasiva na parte atlântica dos Estados Unidos.

Fontes: NY Times/CBS/ABC/MSN. Fotos: Além das instituições científicas, a polícia local também fez uma festa de homenagem à pequena Bobbi — para despertar consciências sobre a "adultificação" de crianças afroamericanas.