Palavras ditas na conferência de imprensa que se seguiu à videochamada do presidente às tropas no estrangeiro, por ocasião do Dia de Ação de Graças — o feriado mais emblemático dos Estados Unidos.
Com todos os ’ses’, este é o sinal mais claro que o 45º presidente dá no pós-3 de novembro de que está preparado para deixar a presidência.
É um avanço em relação à estratégia do recandidato republicano Donald Trump que alega "fraude eleitoral" ao contestar nos tribunais federais os resultados que o dão como perdedor (a legenda ’Loser’ que o New York Times deu esta sexta-feira, 27 à foto) que mostra Trump de ar cabisbaixo no fim da conferência de imprensa de ontem, 26.
Durante mais de três semanas, o ainda presidente Trump atuou de acordo com a sua expectativa de repetir o que aconteceu há vinte anos quando o Supremo Tribunal decidiu, em detrimento do democrata Al Gore, dar o republicano Bush como vencedor.
Decidido a lutar até ao fim, Trump tem instruído os seus advogados a dar entrada a sucessivos processos alegando fraude. Mas sem prova da acusação, os tribunais têm vindo sucessivamente a recusar a entrada do processo, em alguns casos liminarmente.
A alegação de fraude eleitoral — expressa com afirmações como "Os democratas tentam roubar-nos esta eleição. Nós não vamos deixar" — faz parte da estratégia de defesa de Donald Trump, posta em ação meses antes do dia da eleição de 3 deste mês.
O objetivo é descredibilizar a votação por correspondência. Esta, que é uma prática tradicional no país, este ano atingiu níveis elevados (mais de cem milhões ) devido à pandemia em curso.
Se não conseguir ser declarado vencedor, Trump terá conseguido ao menos atrasar as diversas etapas do processo de homologação-publicação dos resultados — por dias ou mesmo por semanas.
Fontes: NY Times/ BBC/... Relacionado: "Fraude eleitoral" diz Trump que pede a apoiantes $60 milhões para pagar processos na Justiça, 07.nov.020