Os agentes do FBI fortemente armados cercaram a casa do neto de açorianos, Jack Douglas Teixeira, de 21 anos, no Massachusetts (a histórica Nova Inglaterra da primeira emigração lusófona), na tarde de ontem ao fim duma semana de fugas alarmantes sobre a guerra em curso na Ucrânia.
O vazamento de informações confidenciais aconteceu num insuspeito fórum de jogos online de apenas uma escassa de jogadores. Peritos destacam o amadorismo, além da infantil vanglória, que marca a atuação de Jack Teixeira — administrador pelo menos desde setembro de um grupo gaming online dentro da rede social Discord.
O lusodescendente de 3ª geração, que desde 2019 atua como especialista de Sistemas de Tráfego Cibernético na Base Aérea da Defesa Nacional do Massachusetts — seguindo a tradição familiar —, foi pois detido com base no seu papel de administrador do grupo gaming online dentro da rede social Discord. É desde já este o crime pelo qual foi apresentado esta sexta-feira no tribunal distrital de Boston, mas pode vir a ter outras agravantes, entre elas o crime de espionagem.
Guterres. Entre as fugas tidas como "a maior ameaça à segurança dos Estados Unidos desta última década" está na última semana a divulgação de emails do secretário-geral da ONU, António Guterres relativos à guerra em curso há treze meses.
Discord. Recorde-se que a rede social Discord é referida no caso da tentativa de ataque terrorista à FCUL-Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa por um aluno de 18 anos. O autor da tentativa, João Carreira, partilhou os seus planos com Sammy (dos Estados Unidos) e este denunciou-o ao FBI (João, indiciado por terrorismo agiu por vingança após acusação de plágio, 14.fev.022). O caloiro de Computação foi em dezembro último condenado à pena de 2 anos e 9 meses, que está a cumprir na ala psiquiátrica da prisão de Caxias. Só foi condenado por posse de arma proibida (teve a sorte de ser absolvido da suspeita de terrorismo).
Revelações: EUA espiam aliados
Jack Douglas Teixeira vazou documentos que mostram — tal como o Wikileaks há mais de uma década —que os Estados Unidos espiam até os seus próximos aliados.
Uma das peças documentais, um email trocado, detalha a conversa entre o presidente Volodymyr Zelensky e um dirigente militar ucraniano. Outro email revelava que o Pentágono estava preocupado com o envio à Ucrânia de munições sul-coreanas.
Outro ainda era sobre Israel e o programa dos líderes dos serviços secretos para apoiar militares e cidadãos contra as reformas do sistema judicial propostas pelo governo de Netanyahu.
Fontes: NY Times/SkyNews/Washington Post/... Fotos: A fuga de documentos altamente confidenciais começou há vários meses, mas o FBI só se terá dado conta quando os conteúdos começaram a ser vazados em sites como o russo Telegram, desde há uma semana.