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EUA: Veterano da guerra nomeado em 1965 para receber medalha de honra ... só hoje a teve — "Não creio que seja racismo", diz Davis 03 Mar�o 2023

O jovem Paris Davis de 23 anos em 1965 teve indicação para receber uma medalha "pela extraordinária coragem com que salvou os seus homens" durante uma missão em Bong Son, no norte do Vietname. O veterano da guerra do Vietname esperou sessenta anos para finalmente receber o mais alto galardão das mãos do presidente Biden, esta sexta-feira.

EUA: Veterano da guerra nomeado em 1965 para receber medalha de honra ... só hoje a teve —

O coronel Paris Davis, um dos primeiros negros a comandar um batalhão Special Forces, recebeu esta sexta-feira 3 a ’Medalha de Honra’, que é a mais alta distinção conferida pelos Estados Unidos.

Entrevistado na sua casa da cidade de Alexandria, Virgínia a escassos 13 km da Casa Brança, o coronel reformado falou à imprensa sobre a medalha que chega com seis decénios de atraso.

O octogenário, nascido em Cleveland, Ohio e que a vida militar levou a residir longe a uns 800 km do berço, afirma que essa longa espera, de 58 anos, "não diminui a honra. Pelo contrário, esse atraso é a antítese que mais eleva esta honra".

"É como o menino que espera durante muito tempo por um belo corneto. Ele sabe que gosto tem, e qual é o aroma, mas tem de esperar até poder saboreá-lo", racionaliza o coronel reformado em 1985.

A própria filha confessa que só em 2019 soube que o pai devia receber a mais prestigiada medalha nacional. Regan Davis-Hopper, que deu dois netos ao veterano, disse à Associated Press que tal como o pai só queria compartilhar com ele "o feliz momento" em que ele finalmente recebe das mãos do presidente a tão esperada medalha.

Colorismo deu 2 sumiços

Os membros da Special Forces foram os que mais batalharam para que a medalha chegasse ao seu comandante, depois que souberam que o exército "tinha perdido a recomendação para a Medalha de Honra".

"Acredito que alguém de propósito fez desaparecer a papelada", disse à AP Ron Deis um dos membros da Special Force chefiada por Davis.

Deis contou à imprensa do seu espanto ao saber que a Medalha de Honra não fora atribuída a Davis. De novo em 2014 soube que a mesma recomedação fora submetida uma segunda vez ... "e de novo sumiu".

Deis não teve dúvida de que tinha de ajudar a dar o seu a seu dono. Meteu mãos à obra e ajudou a compilar os documentos para submeter a recomendação ao Exército em 2016.

"Disseram que perderam a recomendação, uma e outra vez. Mas eu não acredito nisso. O que acredito é que houve a intenção de descartá-la. Descartaram-na porque Davis é negro, É essa a única conclusão que acho plausível", remata Deis que aos 79 anos se congratula pela nova vitória de Davis.

Exército nega "padrão"

O major-general Patrick Roberson das Operações Especiais do Exército, responsável pela atribuição das medalhas de honra, não tem dúvida de que "não há qualquer evidência de que houve racismo no caso Davis", disse na quinta-feira à AP.

Entretanto há dois anos, foi o próprio ministro da Defesa interino, Christopher Miller, que — ao ordenar uma revisão expedita da reclamação — considerou ser o caso Davis o paradigma do modo "como o Exército pode ser parcial e injusto".

"No nosso país, ainda há várias questões que são suscitadas pela pertença [étnica] ", escreveu. "O caso Davis segue esse padrão".

Fontes: AP/CNN/Sky News/... Fotos: A Medalha de Honra, o mais alto galardão — que o coronel Paris Davis recebeu, 58 anos depois, em ato solene na Casa Branca pelo presidente Joe Biden.

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