Numa análise à economia de Moçambique, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que "o governo está a apostar na melhoria da atividade económica no país, juntamente com as reformas implementadas para ajudar a aumentar as receitas públicas e as medidas para tentar conter as despesas, para garantir a sustentabilidade das finanças públicas".
Partilhando da visão otimista do Executivo relativamente ao crescimento económico para este e o próximo ano, acelerando face a 2022, os analistas da Eaglestone alertam, no entanto, que "persistem alguns riscos para as perspetivas do país, incluindo eventos climáticos adversos e a frágil situação de segurança".
Por isso, salientam que "a consolidação fiscal e a redução do défice orçamental continuam a ser cruciais para reduzir o rácio da dívida pública do país a médio prazo" e apontam que "a redução da volatilidade cambial também é importante, especialmente tendo em conta que quase três quartos da dívida pública é dívida externa e está denominada em moeda estrangeira".
Na análise, a Eaglestone alerta ainda: "Veremos se as autoridades vão aproveitar os melhores tempos que se esperam para continuar a avançar com as reformas estruturais necessárias para promover um crescimento económico mais sustentado e melhorar a resiliência do país a choques externos".
A proposta de Orçamento do Estado para 2023 prevê um aumento de 21,5% nas receitas públicas e uma subida da despesa do Estado de 4,8% face ao que estava previsto no Orçamento do ano passado.
O documento, aprovado no Parlamento moçambicano em dezembro, prevê também uma redução do défice para 8,7% do Produto Interno Bruto, caindo para 115 mil milhões de meticais (1,8 mil milhões de euros), um decréscimo de 5,2 pontos percentuais face ao estimado para 2022.
A redução do défice é um dos compromissos assumidos pelo Governo moçambicano com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no âmbito do programa de assistência financeiro de 470 milhões de dólares (446 milhões de euros) até 2025.
O OE para 2023 ascende a 472 mil milhões de meticais e prevê uma taxa de inflação de 11,5%.
A Semana com Lusa