O chefe do executivo teceu estas considerações na apresentação pública que ocorreu no Palácio do Governo, na cidade da Praia, asseverando que “mais do que livros impressos”, incorporam os objectivos da reforma educativa no aprofundamento da aprendizagem de cada disciplina, proporcionado a mobilização de saberes, valorização da dignidade e respeito a diversidade.
Ulisses Correia e Silva avançou que os manuais integram conteúdos fundamentais da área ambiental e climática, uma temática que tem ocupado, cada vez mais, as preocupações mundiais, sublinhando que por serem gratuitos e como parte do “Kit escolar”, pretende eliminar as barreiras financeiras no acesso à educação.
“No ano lectivo 2021/2022 nós concluímos, com sucesso, a revisão curricular do ensino básico, e a revisão do ensino secundário inicia-se neste novo ano lectivo 2023/2024, e tem como finalidade a construção de um novo perfil do aluno cabo-verdiano dotado de formação adequada quer na obtenção de uma formação profissional quer para prosseguir os estudos”, explicou.
Segundo o primeiro-ministro, os manuais permitem, principalmente, a adopção de conhecimentos para que o aluno seja capaz de realizar leituras críticas do fundo natural e social, por meio, assinalou, da interpretação, reflexão, investigação, elaboração de hipóteses e argumentação baseando-se em evidências.
O director nacional da Educação, Adriano Moreno, presente na cerimónia, realçou que a ferramenta do ensino e aprendizagem consiste num importante auxílio ao professor na função formativa, sequencial e progressiva do conhecimento e um direito do aluno, sugerindo uma evolução como unidade do ensino educativo e uma melhor compreensão do mundo.
Para os professores com pouca experiência e que iniciam agora o percurso, o guia, afirmou, serve como elemento formador e seguro, ajudando a trilhar um caminho lógico enquanto um aliado na hora de ensinar.
Na reforma curricular em curso, Adriano Moreno disse que a implementação da nova matriz com a introdução dos novos planos e programas de estudo, atende a necessidade massiva da classe docente, protagonistas do processo, que validaram os materiais didácticos ora apresentados.
“Os manuais estão acompanhados de recurso interativos disponibilizados ao aluno, guias pedagógicos e até 2026 irão ser lançado os manuais experimentais do 10º ao 12º ano de escolaridade” anunciou, informando que as disciplinas de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), Desenhos e Métodos Gráficos e Educação Física terão guias de orientação por serem de carácter prático.
Por sua vez, o director do departamento Internacional da Porto Editora, responsável pela impressão dos documentos, avançou que a empresa portuguesa integrou verticalmente todo o processo da elaboração do original desde interacção com o autor, edição, paginação, ilustração e designer gráfico.
Conforme recordou, a experiência entre Cabo Verde e Portugal na elaboração dos manuais escolares remonta há cerca de 40 anos, informando que todo processo se iniciou com o concurso público internacional.
“Assinamos o contrato em Dezembro de 2022 e os manuais foram entregues com seis ou sete meses” disse, garantindo que só foi possível pela editora ter uma área voltada ao internacional e 80 técnicos a trabalharem no projecto.
Além do formato físico, os livros financiados pelo Banco Mundial no âmbito do projecto Capital Humano, em parceria com a Porto Editora de Portugal, são disponibilizados também em suportes digitais com recurso a vídeos e jogos, segundo o director.
A Semana com Inforpress