A “OKSolve” foi dada a conhecer à Inforpress na 10ª edição da Feira dos produtos ligados ao mar (Expomar), no Mindelo, onde participou pela primeira vez para tornar público a empresa, que está agora a entrar no mercado para “oferecer soluções” a nível de gestão, consultoria, marketing, vendas na área de resíduos sólidos e indústria reversa.
Neste sentido, já trabalham num primeiro projecto, idealizado juntamente com a organização não-governamental “Ilhas sem Plástico”, para reduzir o lixo acumulado e trazido pelas correntes marítimas à ilha deserta e reserva natural, Santa Luzia.
“Eles vão nos oferecer o ‘know how’ técnico e nós vamos juntar isso à nossa capacidade de gerir uma empresa para criar uma fábrica de plástico”, esclareceu Daniel Brito, adiantando que tal poderá acontecer no próximo ano, contando com a Câmara Municipal de São Vicente como “grande parceiro”.
Deverão ter ainda outros parceiros como a empresa gestora dos Portos (Enapor), os ministérios da Cultura, Educação e Família, para a concretização do projecto que, garantiu, terá impacto na diminuição do plástico, quando já está “quase esgotada” a capacidade da lixeira municipal e aumentam as quantidades de micro-plásticos no mar de Cabo Verde.
“Quando conseguirmos isso, vamos começar a trabalhar um outro lado, que é a capacidade de aqui em Cabo Verde consumirmos plástico em embalagens e outras maneiras, de forma mais sustentável”, asseverou o empresário, que espera com esse processo de indústria reversa diminuir também a importação do plástico no país.
Como parceira do projecto, a francesa Moisa Feilles, coordenadora da iniciativa “Ilhas sem Plástico”, explicou que o seu programa é mais geral e pretende a redução do lixo plástico para preservação da biodiversidade.
“O objectivo primeiro é reduzir o uso do plástico, e para isso estamos a trabalhar com o Ministério da Educação, para trabalhar com escolas, universidades e sociedade civil”, sustentou Moisa Feilles, acrescentando que a ideia é mostrar também propostas alternativas.
Daí, a parceria com a OKSolve, que permitirá abrir o primeiro centro de reciclagem do plástico e fazer a limpeza de Santa Luzia, que, conforme estudo realizado em 2021 tem neste momento acumulados cerca de 250 toneladas de lixo vindos do mar.
Por outro lado, conforme a mesma fonte, o projecto trabalhará com as pessoas que vivem da lixeira municipal de São Vicente para as dar “melhores condições de trabalho”.
“Porque são eles os primeiros recicladores do país, mas trabalham em condições muito difíceis”, defendeu Moisa, que espera ainda colaborar com o centro de desintoxicação de São Vicente para reduzir o uso de droga dentro da lixeira. A Semana com Inforpress