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Emprestadadas parcelas atingiram 80 mil euros e filhos do patrão chamam polícia 16 Maio 2023

A arguida por burla explicou, esta segunda-feira 15, ao tribunal de Coimbra que o patrão lhe foi emprestando várias quantias, entre 2015 e 2019, que eram descontadas mensalmente do ordenado. O MP-Ministério Público fez as contas: a empregada doméstica recebeu indevidamente cerca de 82 mil euros entre dinheiro emprestado, transferências, levantamentos e pagamento de serviços.

Emprestadadas parcelas atingiram 80 mil euros e filhos do patrão chamam polícia

A arguida ouvida por burla qualificada é hoje gerente de seguros e reside no distrito de Aveiro. O patrão desde 2019 que "perdeu a memória" e está internado "num lar".

A arguida começou a trabalhar como empregada doméstica para o homem idoso e doente, após ter respondido a um anúncio no jornal Diário de Coimbra. As suas tarefas incluíam cuidar da casa, fazer as compras necessárias para a alimentação de ambos e conduzir o veículo de marca jaguar do seu patrão.

De comum acordo, a mulher passou a residir na casa da vítima e teria direito a uma folga por semana e a um vencimento de mil euros por mês.

Dois anos decorridos, a arguida deixou de apresentar as contas à vítima. Também "passou a utilizar o veículo do patrão nas suas folgas, informando-o de que se deslocaria a Aveiro".
A burla, segundo se lê na instrução do processo, foi sendo habilmente tecida em volta do patrão idoso pela empregada doméstica. A mulher, então na casa dos cinquenta anos, "contou-lhe que tinha dores e que, se não se tratasse, ia morrer". Passou a ausentar-se mais do que um dia por semana, justificando que seria para consultas médicas".

A acusação deu por provado que, para realizar as tarefas da arguida durante as suas ausências, o queixoso teve de "contratar uma outra funcionária doméstica".

Luxo pago com Visa do patrão

A investigação, iniciada em 2019, apurou que "a arguida que tinha acesso ao cartão bancário da vítima, para fazer pagamentos relacionados com despesas da casa e outros que assim fossem determinados" fez porém "pagamentos em lojas como a Oysho, Luxury Clinic, Zara, Giovani Gali, Calzedonia, Sfera, assim como em vários restaurantes em diferentes cidades do país".

Na fase de inquérito, a arguida sustentou que todas as quantias que usou foram "ofertas" entregues pelo patrão e que os levantamentos "que eram para despesas com a saúde" foram por ele autorizados.

O idoso vítima, "em declarações para memória futura", garantiu que os pedidos de dinheiro emprestado eram justificados com a necessidade de pagar despesas com a saúde, pois que "precisava de fazer operações e transfusões de sangue, para o que chegou a estar um largo período ausente da habitação da vítima".

Incentivou filhos a não visitar pai hospitalizado

Em janeiro de 2019, o idoso deu entrada no CHUC-Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra por causa de problemas gastrointestinais e acabou por ficar internado para recuperação durante 22 dias.

"Desde o dia em que o arguido foi internado no CHUC que a arguida contactava diariamente os filhos do assistente, a quem dizia que este se encontrava a recuperar bem e que da operação não tinham resultado complicações e que por isso não era necessário deslocarem-se até Coimbra para o visitar", alega o MP.

Os filhos da vítima foram visitar o pai internado nos cuidados intensivos. Nesse momento viram que a arguida terá demonstrado "desconforto perante a sua presença".

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