Segundo o retrato do novo candidato do partido Construye, pelo diário El País, Christian Zurita de 53 anos é um jornalista que há décadas tal como Villavicencio tem vindo a denunciar a violência gerada pelo narcotráfico.
No dia seguinte ao assassínio do candidato Villavicencio, uma candidata à Assembleia Nacional, Estefany Puente — da Alianza Claro Que Se Puede, cujo candidato à presidência é Yaku Pérez Guartambel — estava ao volante do seu carro, acompanhada do pai e um colaborador, quando dois desconhecidos se aproximaram e atiraram na sua direção.
Como Villavicencio, outros políticos foram mortos ou, como Estefany, alvos de tentativa de homicídio por denunciarem o narcotráfico que está a minar o Equador, dada a sua posição geográfica entre a Colômbia e o Peru, os dois maiores produtores de cocaína do mundo. A produção de cocaína atingiu recentemente um recorde, de acordo com o Relatório Global das Nações Unidas sobre Cocaína 2023.
A violência que está a marcar estas eleições gerais — presidencial, legislativas e autárquicas — levou o papa Francisco a enviar "uma mensagem dura" ao poder no Equador para combater a violência que está a marcar as eleições do dia 20.
A polícia informou este sábado sobre a morte de um dos seis detidos na sexta-feira. O suspeito do assassínio de Villavicencio foi abatido na troca de tiros durante a operação de captura dos "suspeitos ligados ao narcotráfico colombiano".
Arroz Verde. Segundo o El País, o livro co-autorado por Villavicencio e Zurita reúne uma compilação de reportagens sobre a corrupção — calculando-se milhões de dólares em subornos a funcionários públicos e militantes do partido do quinquagésimo-terceiro presidente Rafael Correa (2007-2017).
O trabalho jornalístico da dupla levou a uma investigação que culminou na condenação de 17 ex-funcionários. Entre estes, inclui-se Rafael Correa — o favorito desta eleição presidencial — que foi condenado a oito anos de prisão por corrupção.
Fontes: El País /El Universo/Globo/Panamericana.pe/ Relacionado: Equador-Eleições: Candidata à AN alvo de tentativa de homicídio após assassínio de candidato a PR por "6 suspeitos ligados ao narcotráfico colombiano", 12.ago.023; Equador-Eleições: Assassinado candidato a 56º PR — 3 tiros na cabeça, 10.ago.023. Foto: Christian Zurita substitui na candidatura à Presidência do Equador, o seu colega e "melhor amigo" Fernando Villavicencio, que foi assassinado na quarta-feira 9. A candidata a vice-presidente Andrea González, que foi a primeira a ser anunciada como candidata substituta de Villavicencio mas não foi avante por "motivos da lei eleitoral".