Segundo a Direção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau, o grupo português Ocubo Criativo – Atividades Artísticas e Literárias criou uma das quatro obras de ‘vídeo mapping’ em três dimensões que farão parte do festival.
Numa apresentação à imprensa, a DST disse que a obra da equipa portuguesa, chamada “Ponto de partida da integração”, irá ser exibida na fachada da Igreja de São Francisco, na ilha de Coloane, e “irá apresentar a história de Macau”.
A Ocubo Criativo já participou em outras edições do festival e foi convidada a desenhar uma obra alinhada com o tema principal deste ano, “Inverno Deslumbrante”, disse à Lusa a diretora da DST.
A empresa com sede em Agualva-Cacém “tem experiência em eventos em Portugal e não só” e “sempre que participa trazem ideias muito inovadoras”, disse Maria Helena de Senna Fernandes.
A Ocubo Criativo já apresentou trabalhos em França e na Finlândia e foi responsável pela cerimónia de inauguração em 2019 do Al Janoub, o primeiro estádio construído de raiz para o Mundial de futebol de 2022, a decorrer no Qatar.
O grupo português não estará presente em Macau “por causa da situação epidémica”, pelo que a obra será entregue pela Internet, com a DST a fornecer “equipamento e pessoal técnico para ajudar na projeção”.
“Esperemos que no futuro possamos convidá-los a vir presencialmente em Macau”, disse Senna Fernandes.
Macau fechou as fronteiras em março de 2020 e desde então que as pessoas que chegam ao território – com exceção da China continental – são obrigadas a cumprir quarentena em hotéis designados pelas autoridades, atualmente fixada em cinco dias.
O festival, que este ano tem um novo nome, Iluminar Macau 2022, irá estender-se a oito zonas do território, incluindo a hotéis-casinos na península de Macau e no Cotai, uma vez que as seis operadoras de jogo foram “convidadas, pela primeira vez, para colaborarem”, disse a DST.
A cooperação com as empresas permite ao governo “controlar o orçamento” do festival, que este ano é de 17,4 milhões de patacas (2,1 milhões de euros), menos 8,4% do que em 2021, disse a diretora da DST.
“Temos que ver a realidade”, sublinhou Senna Fernandes.
O Governo de Macau tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise económica, até porque cerca de 80% das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo.
A China voltou a emitir, desde 01 de novembro, vistos eletrónicos para visitas a Macau, mas ainda não aprovou o recomeço das viagens em grupo, admitiu Senna Fernandes.
A dirigente garantiu que a região “vai acompanhar a situação epidémica” na China continental. “Também não queremos abrir às excursões e depois trazem muitos casos para Macau”, explicou.
A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou hoje ter registado mais de 27 mil novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, um valor muito próximo do máximo diário de 28.973 infeções, registado em abril.
A Semana com Lusa