O caso primeiro publicado no El País esta segunda-feira faz manchete — parangonas em Castela — e atravessou a fronteira ibérica, com notícias na BBC, Huffingtonpost, Le Figaro, Le Monde.
Segundo o acórdão publicado inicialmente no site institucional, a última instância considerou terem sido "gravemente afetadas as relações laborais", o que justifica oi despedimento.
A mesma "ofensa grave" à relação laboral foi invocada o ano passado quando um empregado foi despedido por estar a fumar no espaço dedicado ao repouso.
Videovigilância sem aviso é legal
O Tribunal Constitucional de Espanha considerou legal o despedimento baseado na captação de imagens num centro de trabalho sem prévio aviso aos empregados de que o material recolhido pelas câmaras podia ser usado em caso de supostas irregularidades. O caso examinado referia-se a um funcionário despedido pelo gerente que o flagrou com produtos da empresa em sacos de outra empresa, supostamente para vender a terceiras pessoas.
Mas pergunta-se se o patrão tem direito absoluto sobre todos os momentos do empregado, questão que surge em Camera Café/Câmara Café – produção franco-belga de 2001 que mostra o poder absoluto da empresa sobre os seus empregados. Na série em curtas histórias se conta como se vive empresa, no caso um centro de escritórios utilizado por diversas empresas. Os empregados encontram-se no canto onde está instalado a máquina de café e é o momento de relax em que “falam mal” dos chefes. Catarse, como sabemos, para alguns.
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Foto: Sistemas de videovigilãncia num centro de trabalho. Pan-óptico (<panoptical) designa o sistema “penitenciário ideal” que o filósofo e jurista inglês Je-remy Bentham, em 1785, concebeu para permitir a um único vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão ou não a ser observados. O medo e o receio leva-os a adotar o comportamento desejado pelo vigilante.