A vice-campeã olímpica Patrícia Mbengani Bravo Mamona, nascida em Lisboa de pai angolano, queria o ouro no Atakoy Arena, mas contenta-se com o bronze, que "faz parte do percurso de uma atleta", disse depois de subir ao pódio para receber a medalha de bronze.
Este domingo ficou longe da medalha de ouro, ou da prata nas Olimpíadas de Tóquio. "Tenho muitas derrotas e muitas vitórias. Este foi mais um obstáculo" disse referindo-se à lesão sofrida na qualificação.
"Agora, mais consciente, percebo que era o resultado que merecia. Ver a turca (Tugba Danismaz, medalha de ouro) e ouvir o hino (da Turquia) foi emocionante. Pensamos em tudo o que passou nestas duas semanas… está de parabéns. O bronze… A minha personalidade é lutar até ao fim, sabendo que não estava bem", recordando a lesão.
Triste! O campeonato no Atakoy Arena terminou domingo com uma nota negativa, de anti-desportivismo. Durante a última prova, os 60 m barreiras, o espanhol Enrique Llopis, que chegou à final com o melhor tempo (7,48), derrubou a quinta e última barreira e caiu antes de cruzar a linha de meta. Ficou desmaiado no chão (foto).
Os vídeos na internet mostram o suíço Jason Joseph, que venceu com 7,41, a comemorar bem perto do local onde Llopis estava caído. Ele e os demais concorrentes passaram por Lopis caído inanimado sem dar sinais de qualquer preocupação.
Pedro Pablo Pichardo Peralta
O atleta português dos 17,98 m em Tóquio ficou-se este fim de semana pelos 17,60 m — mas quanto baste para melhorar o recorde de Portugal do triplo salto em pista coberta, para 17,60 metros, na terceira tentativa da final da competição.
PPPP deu a Portugal em agosto de 2021 o 5.º título olímpico da história, o primeiro ouro em treze anos — desde Nélson Évora em Pequim 2008, também no triplo salto. É uma conquista de Pedro Pablo Pichardo Peralta, nascido e criado em Cuba e desde 2017 naturalizado português.
PPPP saltou literalmente para a fama em 2012 aos quinze anos quando ganhou a medalha de bronze no Campeonato Mundial Júnior em Barcelona. No ano seguinte, ficou em segundo no Campeonato Mundial do Triplo Salto, em Moscovo.
A sua marca de 17,79 m em 2014 foi o melhor triplo salto desse ano. Em 2015, com um salto de 17,94 m tornou-se o 6º melhor atleta na especialidade. Uma semana depois atingiu os 18,06 m tornando-se assim o 3º melhor da história do triplo salto e o melhor desde 1996.
Em 2016, ano olímpico, sofreu uma "micro fratura" no tornozelo direito. Mas determinado a chegar em boa forma aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, continua a treinar ao longo da temporada. Foram porém as autoridades desportivas de Cuba a travá-lo: negaram-lhe a participação, por forma a impedir o agravamento da lesão.
Em 2017, Pichardo estava a treinar em Estugarda, Alemanha com vista à participação no Campeonato Mundial em Londres. No final de abril, após o cubano ser dado como "em destino desconhecido", soube-se que Pedro Pichardo tinha assinado contrato com o Benfica.
Apesar disso, segundo a World Athletics, antiga IAAF-Associação Internacional de Federações de Atletismo/International Association of Athletics Federations, competiu em 2018 oficialmente em representação de Cuba e venceu o certame de Doha com um salto de 17,95 m, no dia 4 maio, pela Liga de Diamante.
Só em agosto de 2019 veio a obter autorização para representar Portugal no Campeonato Mundial. A primeira vez foi em Doha 2019 onde se quedou por um quarto lugar com 17,62 m.
Em 2021, representou Portugal no Campeonato Europeu em pista coberta, em Torun, Polónia, onde obteve um primeiro lugar, embora apenas com 17,30 m.
19.00 m: ambição ... ainda por realizar. A marca 17,98 m — obtida logo à primeira tentativa, na primeira quinta-feira de agosto de 2021, no Estádio Olímpico de Tóquio — está porém longe dos ambicionados 19.00 que Pedro Pichardo confessou ao desportivo O Jogo ser o seu próximo objetivo.
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Fontes: Sport TV/Record.pt/O Jogo/IAAF.org/DN.pt. Relacionado: 17,98 m: Portugal celebra ouro olímpico de PPPP em triplo salto, 06.ago.021. Fotos: A atleta Evelise Tavares Veiga, n. em Cabo Verde em 1996 e desde 2013 a representar Portugal, terminou este domingo no oitavo lugar a competição do salto em comprimento dos Campeonatos da Europa de atletismo em pista coberta, com 6,36 metros, em Istambul, na Turquia.
Nota: O apelido paterno "Mamona" no verbete da atleta na Wikipédia é atribuído ao quicongo. Etimólogos diferentes atribuem-lhe seja uma origem latina seja semítica. Como latinismo derivará de "mamão"<mama, dado o formato do fruto. Este seria a base do apelido de família no quicongo Mu’mono que é derivado do nome do fruto. A origem semítica estará relacionada com um apelido de origem semítica presente em Portugal — e que pode ter emigrado para a ex-colónia.