José Maria Neves reagia, em comunicado enviado à Inforpress, ao falecimento do músico e diplomata que é considerado uma das maiores referências do violão cabo-verdiano, ocorrido hoje, aos 83 anos, no Hospital Baptista de Sousa em São Vicente.

O PR destacou Humbertona como “uma figura multifacetada, pessoa de fino trato, Combatente da Liberdade da Pátria, que, muito cedo e enquanto membro do colectivo de estudantes universitários na Bélgica, aderiu às causas da liberdade e da independência de Cabo Verde, tendo desempenhado um papel de destaque na mobilização de outros compatriotas”.

Lembrou ainda que, além de diplomata, Humbertona era um “músico exímio” cujos “solos de violão fazem parte do património musical e constituem um marco na discografia de Cabo Verde”.

No comunicado o Chefe de Estado lembrou que “ainda durante a luta de libertação, a edição do disco “Sodadi”, e as músicas de protesto do músico “tiveram uma grande importância no período de luta pela independência nacional, tendo em conta a sua ampla divulgação no seio da comunidade emigrada e também em Cabo Verde”.

Lembrou ainda que, como diplomata, Humberto Bettencourt Santos foi embaixador na Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suécia e nas Nações Unidas e foi ainda Director-Geral das Pescas e presidente do conselho de administração da Cabo Verde Telecom.

“De Humbertona fica a grata recordação de uma pessoa generosa, humanista, bem-humorada e espirituosa, e que será sempre lembrada pelas suas qualidades humanas e pelo enorme legado musical deixado, com vários discos editados e que são apreciados por gerações de cabo-verdianos”, referiu ainda o PR no comunicado, endereçando aos filhos e demais familiares de Humbertona “solidariedade” e “condolências”.

Humbertona era das maiores referências do violão cabo-verdiano. Nasceu a 17 de Fevereiro de 1940, em Tchã de Manilin, Norte de Santo Antão, localidade então pertencente ao concelho do Paul, onde residiu até aos dois anos, altura em que se fixou na ilha vizinha de São Vicente, juntamente com os pais.

Frequentou o então Liceu Gil Eanes, quando passou a ser conhecido como Humbertona, em destrinça a outro jovem seu homónimo que, também, andava nesse mesmo estabelecimento de ensino secundário sanvicentino. A Semana com Inforpress