Em entrevista à Inforpress sobre o arranque da parte tradicional da bandeira de São Filipe, Henrique Pires pediu a “libertação do espaço de Alto São Pedro o mais rápido possível”, indicando que todos compreendem a razão dessa exigência e que os foguense apoiam este posicionamento.
“O espaço de Alto São Pedro ficou cercado e a organização da festa não tem acesso ao espaço para organizar corridas de cavalos, denominados de cavalhadas. É uma facada na festa de São Filipe, porque sem o espaço de Alto São Pedro para as cavalhadas, a actividade mais bonita da festa perde grande parte do seu brilho”, advogou Henrique Pires.
Este confessou que a Casa das Bandeiras está “triste” e entendeu que nunca devia acontecer e não se devia alterar o espaço e a tradição da festa, esperando que “quem de direito tome medidas para resolver a situação de Alto São Pedro”, sublinhando que inclusive o Alto São Pedro à noite está fechado e as pessoas não podem circular.
“Queremos que a festa continue a ser como dantes e que a corrida de cavalos, cavalhadas, que é mais importante, está a desaparecer”, acrescentando que a Casa das Bandeiras procurou alternativas para as cavalhadas e para acompanhar a bandeira à igreja.
Felizmente, avançou Henrique Pires, ontem à noite alguns elementos da Associação de Hipismo do Fogo, liderado por Arlindo Lopes, estiveram na Casa das Bandeiras para encontrar uma solução para poder trazer cavalos do interior de São Filipe para as cavalhadas e para acompanhar a bandeira à ilha.
A Associação solicitou um apoio monetário de dez mil escudos para cada cavalo, já que os cavalos, segundo a mesma fonte, não têm o prémio de participação, valor que a Casa das Bandeiras disponibilizou, garantindo assim a participação de, pelo menos, quatro cavalos nesta actividade das festas.
“Pelo menos temos cavalos”, desabafou Henrique Pires, adiantando que a Associação de Hipismo do Fogo disponibilizou-se para trabalhar com a Casa das Bandeiras para encontrar solução para reavivar as corridas de cavalo na ilha do Fogo.
Henrique Pires disse que os cavalos que participam das corridas para prémios não participam das cavalhadas, e com razão em parte, porque são velozes e o espaço é demasiado curto, mas, por outro lado, indicou que podem participar correndo em velocidade inferior à utilizada na corrida para prémios.
Segundo o mesmo, há pessoas que ao em vez de apagar o lume estão a atiçá-lo, mas que a Casa das Bandeiras está na disposição de fazer tudo para preservar a festa, tendo Henrique Pires manifestado a sua gratidão pelo apoio da Associação de Hipismo do Fogo pelo apoio.
Por outro lado, Henrique Pires lembrou que está com idade avançada, mas está difícil encontrar alguém para assumir a Casa das Bandeiras porque, explicou, não se pode abandoná-la deixando todo trabalho realizado em matéria de preservação da bandeira ir por água abaixo.
“Esperamos encontrar alguém para dar continuidade ao trabalho”, disse Henrique Pires, reconhecendo que “as coisas estão cada vez mais difíceis e que a cada ano há uma nova dificuldade”, mas sobre isso, prometeu, irá falar depois das festas.
A Semana com Inforpress