O coordenador nacional do GEF SGP, Ricardo Monteiro, disse que esta instituição recebeu um envelope de 16 projectos que vão ser apreciados pelo CNP, um dos quais da ilha do Fogo, da localidade de Ribeira Filipe, zona norte. Explicou que é um projecto que responde “exactamente àquilo que aconteceu há cerca de dois meses”, ou seja, visa a luta contra as alterações climáticas e os impactos das mesmas de modo a beneficiar as pessoas que trabalham nesta localidade.
Comparando com outras épocas em que o GEF SGP chegou a receber da ilha do Fogo 14 projectos, o número deste ano foi considerado “pouco” e talvez por falta de organização das organizações da sociedade civil, defendo por isso a redinamização das associações da ilha no sentido de apresentar candidaturas, lembrando que podem fazê-la na língua portuguesa.
Por outro lado, defendeu a necessidade de se pensar numa próxima fase para o projecto da Onda Verde da localidade de Lomba que, segundo o mesmo, precisa de uma atenção especial pelo facto da zona ter sido alvo de um incêndio mais o impacto das chuvas, acrescentando que são duas razões para que o programa reinvista ou traga parceiros que possam ajudar.
“Todos os projectos têm a ver com a protecção ambiental, 50 por cento (%) tem a ver com a agricultura sustentável e a luta contra a degradação dos solos, três na área de energias renováveis para as ilhas de São Vicente e Santiago, que irão responder à bombagem de água com energias renováveis e acesso à energia para consumo”, pontuou Ricardo Monteiro, sublinhando que o pacote financeiro ronda os 45 a 47 mil contos.
“Pode parecer muito dinheiro, mas não é. Estamos a falar de nove ilhas com um enfoque maior nas áreas protegidas para que possamos responder à ansiedade das pessoas do meio rural”, advogou o coordenador nacional, sublinhando que é necessário contribuir para as políticas e tem ainda um mandato a nível internacional que é contribuir para os ODS.
A escolha da ilha do Fogo para a realização do 41º encontro do Comité Nacional de Pilotagem, além do carinho pela ilha, Ricardo Monteiro lembrou que o Fogo já beneficiou de 17 projectos, nos últimos dez anos, num investimento de 40 mil contos e com resultados positivos.
O objectivo é trazer os membros do CNP que estão espalhados pelas ilhas para poderem conhecer o que de bom foi implementado na ilha e os desafios que ainda restam por fazer, sublinhando que o facto da ilha ter sido declarada Reserva Mundial da Biosfera o programa está presente a apoiar um projecto de apoio à implementação e escolha da ilha é para dar a conhecer aos membros do CNP e ao coordenador residente do PNUD o que se está a fazer de bom para a reserva e para o Parque Natural do Fogo.
Além do encontro para avaliação das propostas de projectos, os membros do CNP efectuaram duas visitas de seguimento a projectos em curso, neste momento, na ilha do Fogo, nomeadamente o de apoio na implementação da Reserva da Biosfera da ilha do Fogo, executado pela Associação Projecto Vitó, e o projecto de práticas agro-ecológicas resilientes às alterações climáticas, implementado pela Associação Onda Verde da localidade de Lomba, zona norte alta do município de São Filipe.
Igualmente os membros da CNP têm programado deslocações aos locais de intervenção da Associação Projecto Vitó como Cabeça Fundão, Chã das Caldeiras e Monte Velha e da implementação do projecto da Associação Onda Verde da localidade de Lomba.
A Semana com Inforpress