A informação foi avançada pelo responsável da adega/cooperativa de Chã das Caldeiras, David Gomes Monteiro “Neves”, acrescentando que depois da atribuição da medalha ainda não recebeu novas solicitações, mas que o escoamento do vinho tem sido “excelente” quer nas ilhas como a nível externo, tendo realizado já uma primeira exportação para os Estados Unidos da América.
“Há novas encomendas para os Estados Unidos, Dinamarca e Portugal”, disse o responsável, indicando que a quantidade não é grande, mas que, de qualquer maneira, ter amostra do produto da adega/cooperativa nestes países é “excelente”.
Este disse que a intenção dos vitivinicultores de Chã das Caldeiras é aumentar a quantidade e isso tem acontecido, e anualmente todos têm estado a fazer novas plantações. Lamentou, entretanto, o facto do espaço ser “bastante reduzido” e que num ano de boa produção não consegue absorver toda a matéria-prima (uva) devido à falta de vasilhames e espaço para fazer a transformação.
“É um dos constrangimentos e aquilo que é possível estamos a criar as melhores condições para primar pela qualidade e absorver toda a produção de matéria-prima”, revelou.
A adega/cooperativa, ajuntou a mesma fonte, dispõe de licença de exportação e não tem tido problemas em responder às solicitações e fazer o escoamento o mais fácil possível.
A segunda encomenda para os Estados Unidos da América e para os dois países europeus é para este ano e neste momento aguarda-se apenas pela chegada de garrafas para enviar mais 500 caixas para América e satisfazer o pedido para a Dinamarca e Portugal, referiu o responsável da adega/cooperativa, observando que o produto tem tido “boa saída” e que tem recebido boas informações dos consumidores.
Com a chegada das garrafas, a adega vai proceder ao engarrafamento de parte da produção de 2021 e 2022 e a produção de 2023, referiu David Monteiro, explicando que a quantidade não é grande porque o vinho tinto tem de esperar o momento certo para a trasfega e filtração.
Quanto ao vinho espumante, a mesma fonte disse que já se fez o engarrafamento e aguarda-se pela chegada de um equipamento, que já foi encomendado, e que permite fazer todo o processo, desde enrolamento, etiquetagem, colocação de cápsula e argola, sublinhando que se o equipamento chegar a tempo, possivelmente a adega poderá colocar alguma amostra de espumante no mercado.
Com relação à atribuição de medalha de ouro no concurso internacional, David Monteiro salientou que a sua adega tem recebido votos de parabéns de todos os lados e sobretudo da diáspora, o que, segundo o mesmo, constitui um sinal de reconhecimento pelo “excelente trabalho” realizado.
“Para chegar a este patamar é porque temos feito um excelente trabalho durante todo este tempo, embora com dificuldades que enfrentamos como a destruição da adega antiga, mas é de lá que partimos para este ponto alto”, disse a mesma fonte, regozijando que todos reconhecem que os produtos da adega são de “excelente qualidade”.
“Para nós é gratificante e estamos muito contentes e cada vez mais motivados para primar pela melhoria da qualidade. Para os vitivinicultores é um estímulo e estão mais motivados para fazer mais plantações e para seguir as recomendações dos técnicos da adega para melhor tratamento das plantas e selecção das uvas e sentem-se mais motivados para fazer este trabalho”, concluiu.
O vinho do Fogo, recorde-se, é no dizer do historiador da Universidade de Las Palmas, Javier Luis Alvarez Santos, “um património que transmite toda uma identidade cultural e histórica de uma sociedade ao longo do tempo”.
A Semana com Inforpress