O PAICV, através da porta-voz Maria Alves, manifestou a sua profunda preocupação como o município vem sendo gerido nos últimos tempos, denotando aquilo que considera ser “falta de rumo e liderança na condução do seu destino, apontando como um dos vários exemplos a anunciada visita de trabalho aos EUA, integrando vereadores e membros do seu gabinete com vista à mobilização de recursos financeiros e parceiros para o desenvolvimento do município.

Apesar de entender que este deve ser o caminho já que município não dispõe de recursos próprios suficientes para catapultar o seu desenvolvimento e a mobilização de emigrantes e parceiros de desenvolvimento é visto como uma solução válida, para surpresa e estupefacção de todos o edil Alberto Nunes cancelou a missão alegando que vereadores e membros da equipa do seu gabinete agendaram férias para este período.

“Isto mostra que há uma falta de liderança e coordenação gritante, mostrando claramente que Alberto Nunes perdeu o controle da situação e o município encontra-se à deriva e sem norte (…) e verifica-se claramente que o presidente utilizou expedientes vis para conseguir vistos de não emigrante a pelo menos seis colaboradores directos, forjando uma missão aos Estados Unidos da América para depois cancelar tal missão, e os seus colaboradores passarem férias nos EUA, que a confirmar-se pode criar um grande incidente diplomático pondo em causa a própria credibilidade da CMSCF enquanto instituição”, alertou a porta-voz da CPR do PAICV.

Para o PAICV o cancelamento da viagem gerou uma “enorme frustração e desilusão” nos santacatarinenses que se têm mostrado sempre interessados e disponíveis para contribuir para o desenvolvimento do seu torrão natal, observando que na planificação de uma viagem deve-se envolver toda a equipa de trabalho, classificando o cancelamento da viagem como um “episódio caricato e lamentável”.

Para o PAICV Fogo o edil de Santa Catarina do Fogo está mais preocupado consigo próprio e em visitar a sua família que reside na América do que no interesse do município, mas também como já perdeu a confiança da maioria dos membros do seu partido mostra-se mais preocupado nas lutas internas e em se impor como candidato nas próximas eleições.

Por outro lado, o PAICV sublinha que o edil não tem nenhum projecto estruturante em execução ou previsto para os próximos tempos e que as poucas obras, em curso, resultam de investimentos do Governo que tenta “desesperadamente” dar-lhe uma mão para evitar o colapso da maioria que governa Santa Catarina do Fogo.

Ainda o PAICV acusa Alberto Nunes de nepotismo ao recrutar de forma “ilegal e imoral” para trabalhar na câmara municipal, seis familiares directos, nomeadamente, quatro irmãos em diferentes serviços, um primo como secretário municipal e seu sobrinho prestando assessoria jurídica na edilidade.

Maria Alves lembrou que o actual presidente criticou em tempos tais situações e, por isso, convida Alberto Nunes a revisitar e a fazer uma leitura rápida do seu próprio livro “Ilha do Fogo e Cabo Verde – Uma Visão Crítica e Multifacetada”, lembrando ainda que estas imoralidades, ilegalidades, prática de nepotismo e utilização de expedientes vis é reprovável num Estado de Direito e deve arrepiar caminho.

O PAICV aconselha assim o “Alberto Nunes político a ouvir e seguir os conselhos do Alberto Nunes professor e cidadão” com clara referência ao seu livro.

A CPR do PAICV apela aos santa-catarinenses, residentes e na diáspora, serenidade e esperança num futuro melhor e que tudo fará para “devolver ao município de Santa Catarina do Fogo um novo rumo onde todos os munícipes tenham oportunidades de realizar o seu sonho”. A Semana com Inforpress