A informação foi avançada esta quarta-feira, 09, pelo director executivo do Projecto Vitó, Herculano Dinis, no acto de inauguração do letreiro “Fogo, Reserva da Biosfera” instalado no parque do Alto Santa Luzia, perto do aeródromo de São Filipe, considerado o primeiro resultado do projecto de apoio à sua implementação.
As actividades são financiadas com fundos alocados a Cabo Verde pelas Nações Unidas, nomeadamente o Fundo Global para o Ambiente (GEF) através do programa de pequenas subvenções, num valor de 45 mil dólares e visa trabalhar a vertente da comunicação para empoderar a sociedade civil sobre o conhecimento da reserva com o objectivo de sensibilizar a comunidade local sobre o selo que a ilha sustenta.
Para além do letreiro, e no quadro das actividades de implementação da Reserva da Biosfera, o Projecto Vitó tem outras duas acções, colocação de um símbolo da biodiversidade na rotunda de Xaguate e que dá acesso ao porto de Vale dos Cavaleiros e a instalação em Chã das Caldeiras, no edifício sede da Associação dos Guias Turísticos do primeiro centro de interpretação da Reserva da Biosfera da Ilha do Fogo.
Herculano Dinis avançou que estão em curso acções de sensibilização e comunicação junto das escolas e das comunidades para a dinamização da implementação da reserva a nível dos órgãos de gestão, contando com a “extraordinária” parceria dos municípios que, segundo o mesmo, estão bem engajados, mas também da Direcção Nacional de Ambiente (DNA) e já se tem à vista grandes actividades que vão acontecer na ilha do Fogo.
Por sua vez, o representante do Fundo Global para o Ambiente (GEF), Ricardo Monteiro, disse que esta actividade iniciou há mais de cinco anos e que desde 2019 a DNA, o Ministério do Ambiente e os técnicos que trabalharam o dossiê foi enviado à Unesco para aprovação.
“Existiu e existe um compromisso forte dos técnicos aqui no Fogo”, afirmou Ricardo Monteiro, observando que a sua presença no acto representa a assunção de responsabilidade da parte do financiador, mas também do parceiro da organização da sociedade civil, Projecto Vitó, para o futuro mais durável da própria Reserva da Biosfera.
“Os compromissos assumidos demonstram como a Reserva será gerida dentro do contexto natural do Parque Natural do Fogo (PNF). Este compromisso não é só ambiental e ecológico, é para valorizar o tradicional e cultural da ilha como o vinho, o café, as festas tradicionais e tudo que envolve a Reserva da Biosfera para a população da ilha”, destacou Ricardo Monteiro na sua intervenção, apelando a todos para ajudar a fortalecer a sociedade civil e as ONG que trabalham no domínio do ambiente.
Na qualidade de parceiro, felicitou o Projecto Vitó que, segundo o mesmo, viu nascer, sobretudo porque saiu da lógica do “projecto e passou para a do programa”, continuando ainda à procura de financiamentos para se fortalecer ainda mais.
“O Projecto Vitó faz intervenção não só na conservação dos recursos naturais. Tem uma voz activa na influência das políticas ambientais e nas propostas de mudanças de políticas. Participou activamente na modificação da lei das tartarugas marinhas juntamente com outras ONG”, disse Ricardo Monteiro, exortando a população da ilha a valorizar os recursos disponíveis como o Parque Natural do Fogo, o vinho, o café e a cultura local.
“O mais importante, ao meu ver, valorizem a praia de Fonte Bila que precisa ser protegida, não só pelos recursos, mas pelo valor cultural que representa para os foguenses”, concluiu.
A Semana com Inforpress