A informação foi avançada à Inforpress pela vereadora responsável pelo sector do turismo da edilidade de São Filipe, Lia Barbosa, acrescentando que vários encontros foram realizados e na próxima semana, possivelmente, será identificado alguns pontos para a criação de uma cooperativa para transformação da cera resultante da queima de velas no Santuário de Nossa Senhora do Socorro.

“É uma cooperativa transforma a cera e produz souvenir ligados ao Santuário de Nossa Senhora Socorro”, disse a vereadora, indicando que neste processo em particular, além do financiamento da Organização Internacional da Francofonia, a edilidade deverá contar com a experiência do município português e Ourém, geminado com São Filipe.

Este município disponibilizou-se para apoiar São Filipe na formação no domínio de cera e no desenho técnico da parte de queima de velas e sistema de reaproveitamento da cera, lembrando que o município de Ourém tem alguma experiência já que é no seu território que está situado o Santuário de Fátima onde reaproveitando a cera para fabrico de velas que depois é comercializado.

Neste momento a edilidade, através do comité de avaliação e seguimento está no processo de identificação de cinco casas na localidade de Luzia Nunes que serão reabilitadas para acolhimento de turistas, referiu a vereadora.

A reabilitação do caminho de peregrinação, desde o aeródromo de São Filipe até o Santuário de Nossa Senhora do Socorro faz parte do projecto e inclusive já se realizou uma primeira visita técnica onde foram identificadas sete paragens que representam as sete últimas palavras de Jesus Cristo na Cruz para a pagarem e descanso dos peregrinos, assim como para meditar na palavra de Jesus Cristo e depois prosseguir a caminhada até chegar ao santuário.

As sete paragens serão edificadas em zonas com alguma sombra e, segundo a vereadora, terão bancos e cadeiras para garantir conforto aos peregrinos que pretendam descansar, refrescar ou meditar com a palavra de Jesus Cristo já que o caminho entre aeródromo de São Filipe ao Santuário tem uma distância considerável e algumas pessoas que fazem o percurso têm idade avançada.

“Estamos a trabalhar nestas acções do projecto e dentro de duas semanas vamos iniciar com o desenho das sinaléticas que serão colocados ao longo do caminho, mas também a placa de boas vindas à aldeia turística de Luzia Nunes, aldeia que acolhe o Santuário de Nossa Senhora do Socorro”, indicou Lia Barbosa.

O projecto é financiado pela Organização Internacional da Francofonia e o município de São Filipe, foi o único entre os municípios cabo-verdianos que concorreram a este financiamento que foi seleccionado e contemplado, o que, segunda a vereadora, “é motivo de grande satisfação” tendo em conta que se trata de um projecto de turismo religioso.

O valor disponibilizado não é suficiente para materializar na globalidade o projecto e, por isso, a edilidade está a mobilizar outras instituições e recursos, mas Lia Barbosa avançou que a câmara vai iniciar a implementação do projecto com o valor disponibilizado enquanto mobiliza outros financiamentos.

Uma das instituições que a câmara pretende envolver no projecto é o Fundo de Sustentabilidade Social do Turismo, nomeadamente para tentar mobilizar financiamento para caminho de peregrinação e para a construção de um quiosque nas proximidades do Santuário de Nossa Senhora do Socorro para venda de produtos e souvenires religiosos ligados ao santuário.

A localidade de Luzia Nunes, a mais próxima do santuário, é passagem obrigatória dos fiéis que se deslocam de viaturas, mas também caminhando, daí a aposta da edilidade na sua transformação numa aldeia turística religiosa.

O Comité de Avaliação e Seguimento, criado para trabalhar a questão da aldeia turística de Luzia Nunes, integra os Capuchinhos que fazem a gestão do santuário, mas também a equipa da câmara e representante da comunidade.

Já o projecto para transformação a capela de Nossa Senhora de Socorro, localizada a sul da cidade de São Filipe, a pouco mais de dez quilómetros, num verdadeiro santuário enquadra-se no domínio de turismo religioso que a autarquia de São Filipe pretende desenvolver em parceria com a Igreja Católica.

A Semana com Inforpress