O chefe de Estado, que falava no acto da reactivação da biblioteca municipal, depois de 10 anos de encerramento, referiu que em Cabo Verde tem-se assistido um “debate político tenso, raso e não fundamentado e não é muito elegante”, sublinhando que é o país precisa prepara-se melhor para um debate político “mais aprofundado, fundamentado, elegante e educado”.
Para tal, salientou, segundo a Inforpress, é necessário desenvolver mais a educação, a cultura e o hábito da leitura, preparando assim a juventude para um debate muito mais fundamentado e elegante no futuro.
Para José Maria Neves, os municípios devem investir nessas actividades, observando que a reabertura da biblioteca municipal de São Filipe é mais uma oportunidade de leitura e de crescimento, lembrando que a escola, a educação são espaços vitais para afirmação e desenvolvimento de um município, de uma ilha e de um país.
“Temos de investir mais na educação, ter escolas cidadãs e fazer tudo para ter esta vitalidade espiritual que é necessária para que Cabo Verde continue a avançar”, defendeu o chefe de Estado, para quem só se pode avançar se for acelerado os passos e fizer melhor as coisas.
“Com mais leitura estaremos melhor preparado para fazer tudo isso”, concluiu José Maria Neves.
Já o presidente da Câmara de São Filipe, Nuías Silva, destacou que “volvidos vários anos sem uma biblioteca, o município histórico e invicta de São Filipe passa, a partir de hoje, a oferecer ao público-alvo a sua biblioteca”.
No dizer do mesmo, a biblioteca está localizada num espaço nobre e de referência no município, nomeadamente no sobrado, de Aníbal Henriques, classificado e que consta, conjuntamente com os outros patrimónios, da lista indicativa de Unesco para o património mundial da humanidade.
“Ter esta biblioteca e devolvê-la aos sanfilipenses reveste de alta importância, não só pela qualidade que os jovens passam a ter nos seus estudos, mas para aqueles que visitam e que queiram conhecer um pouco mais da história de Cabo Verde, da ilha e do mundo”, salientou.
Para o autarca, esta biblioteca abre com uma visão alargada de uma biblioteca universal, sublinhando que é intenção da autarquia, em parceria com várias instituições nacionais, transformá-la numa biblioteca de referência sobre a cultura e literatura cabo-verdiana, onde se pode encontrar clássicos da literatura cabo-verdiana, que muitas vezes são desconhecidos.
Nuías Silva prometeu catalogar todo o arquivo municipal, que tem documentos históricos esquecidos, para disponibilizar às pessoas que queiram fazer investigação.
A biblioteca, segundo o autarca citado pela Inforpress, conta com pequeno espaço de mediateca com possibilidade de acesso a bibliotecas mundiais, através de plataforma das tecnologias de informação e de acesso à internet, mas também espaços para assistir pequenas apresentações sobre a cultura e tradição da ilha do Fogo que a câmara pretende resgatar, além de uma área destinada às crianças visando o desenvolvimento do hábito da leitura.
Igualmente indicou que a biblioteca vai trabalhar a parte da oralidade que a autarquia pretende resgatar, com destaque para a parte tradicional e discográfica.