A coordenadora do Programa da Pesca Sustentável do Associação Projecto Vitó, Andreia Leal, a propósito da formação iniciada no município de São Filipe, contemplando 25 pescadores, disse que além de criar o sentimento de apropriação dos recursos, o programa “Guardiões do Mar” pretende formar e capacitar os pescadores para a vigilância e controlo de infracções nas suas áreas de pescas, monitorização de espécies marinhas e de banca de pescas para a conservação de stock de peixes e a preservação do ambiente marinho.
A formação dos pescadores do município de São Filipe termina no próximo dia 27 de Abril e tem uma carga horária de 60 horas, com os módulos, primeiros socorros, a legislação ligada à pesca, conservação do pescado, educação financeira e técnicas de mergulho.
No primeiro módulo ligado ao primeiro socorro foram analisados aspectos como definição e função de primeiros socorros, atitudes a ter ao prestar primeiros socorros, como pedir ajuda e actuar perante um acidente, tendo os pescadores participantes a possibilidade de trabalhar com casos mais específicos de acidentes, como lesão, estado de choque, hemorragia, traumatismo, assim como sessões de RCP (reanimação cardiopulmonar) em adultos, crianças e bebês, técnicas de desobstrução das vias aéreas, como levantar uma vítima acidentada, queimaduras e envenenamento.
A associação está a montar a logística para assim que terminar a formação dos pescadores de São Filipe poder dar continuidade, cobrindo os pescadores dos demais municípios da Região Fogo/Brava de modo a contemplar nesta primeira fase de “Guardiões do Mar” 50 embarcações de pesca artesanal com kits de segurança e de monitorização, referiu a mesma fonte.
A formação, recorda Andreia Leal, está enquadrada no Programa “Guardiões do Mar” que faz parte do Programa da Pesca Sustentável, criado pela Fundação Maio Biodiversidade em 2016.
No quadro do Programa da Pesca Sustentável, Andreia Leal apontou como principais actividades a certificação de pesca sustentável e implementação de medidas de mitigação para reduzir a captura acidental de aves marinhas, tartarugas e tubarões.
Sublinhou que a pesca sustentável pressupõe a realização da pesca de forma mais responsável de modo a ter menos impacto no meio marinho, através do respeito da legislação existente em relação ao período de defeso, tamanho de captura de peixe, a não descarga do lixo de pescas no mar e outras acções responsáveis e que respeitem o meio marinho.
A Semana com Inforpress