A unidade de transformação da Cooperativa Mulheres Sabores da Terra de Campanas de Cima foi implementada no quadro do projecto Terra de Valor e tem por finalidade melhorar a cadeia de valor agroalimentar.
A presidente da Cooperativa, Altimiza Centeio Batista, declarou que após a inauguração na sexta-feira a unidade começa a funcionar de forma definitiva a partir de segunda-feira, 24, garantindo emprego a seis mulheres.
Ao todo, a Cooperativa Mulheres Sabores da Terra conta com nove sócios e, segundo a presidente, a unidade de transformação dispõe dos equipamentos básicos para iniciar a produção, nomeadamente de arcas frigoríficas, máquina, os utensílios usados na produção como panelas, balanças e outros, mas também de estantes e outros equipamentos.
O projeto da unidade prevê a instalação de painéis solares para fornecimento de energia renováveis e máquina de trituração de mandioca que ainda não chegaram, mas que estão a caminho, segundo a presidente da cooperativa.
As principais matérias-primas a serem transformados são a batata doce e a mandioca para produção de farinha, mas a unidade poderá preparar ervas para chás, através das ervas medicinais existentes na localidade, assim como a conservação de feijão-congo que a localidade de Campanas de Cima tem grande potencial.
Futuramente, adiantou a presidente da cooperativa, poderá aproveitar das muitas frutas que são produzidas na Campanas de Cima e que, às vezes são desperdiçadas, para produzir doces diversificados.
Com a conclusão da estrada que liga Campanas de Cima a Chã das Caldeiras e dada a potencialidade turística desta comunidade, a responsável da cooperativa não descarta a possibilidade de ter outros produtos locais para oferecer aos turistas e visitantes.
Um grupo de mulheres de Campanas de Cima criaram uma associação em 2017, mas depois o Projecto Terra de Valor começou a trabalhar com o grupo e a organizar a cooperativa desde 2020.
O projecto Terra de Valor apoia jovens e mulheres, das ilhas de Santiago (Santa Cruz) e do Fogo, fornecendo conhecimentos e instrumentos para o empoderamento, valorizando o grande património natural e cultural de Cabo Verde e recuperando a dignidade de trabalhar a terra.
Através de uma metodologia participativa e inclusiva, agricultores, associações de produtores e cooperativas, são os protagonistas na identificação das próprias necessidades, na análise de problemas e na realização de soluções, para aumentar a própria capacidade de se adaptar às mudanças climáticas e consequentemente melhorar a cadeia de valor onde estão inseridos.
Terra de Valor é cofinanciado pela Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS) e Expertise France, sendo uma parceria entre a Cospe, Coopermondo, Citi-Habitat, Laço Branco, Comissões Regionais de Parceiros de Santiago Norte e do Fogo, INIDA, DGASP, câmaras de Santa Cruz e de Santa Catarina, Cooperativas de Produtos de Agricultura e Pecuária (Coopap), Federação dos Agricultores e Pecuários das Bacias Hidrográficas das Ribeiras de Santa Cruz (Federagro) Associações e Cooperativas das ilhas de Santiago e Fogo.
A Semana com Inforpress