Durante uma apresentação no âmbito de uma visita do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, às estruturas da instituição castrense na cidade da Praia, o comandante da Logística, Armindo Graça, avançou que o orçamento das Forças Armadas é “deficitário”.
Em declarações à imprensa citada pela Lusa, o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA) de Cabo Verde, Anildo Morais, revelou que o orçamento da instituição é de cerca de 800 milhões de escudos (7,2 milhões de euros), mas quer mais.
“Acreditamos que, com esse aumento a nível de 10%, já estaríamos em condições de dar resposta às nossas necessidades”, projetou o responsável máximo das Forças Armadas cabo-verdianas, instituição com um quadro de 1.803 efetivos.
Para Anildo Morais, as Forças Armadas precisam melhorar o seu orçamento em termos de investimentos, para dar melhor resposta em termos de atividades operacionais.
O CEMFA sublinhou ainda o contributo dado pelas Forças Amadas no âmbito da pandemia de covid-19 no país, uma “ameaça totalmente diferente e inesperada”, que exige grande capacidade de adaptação a todos os níveis.
Anildo Morais disse que as Forças Armadas envolveram-se “a fundo” nas mais diversas áreas de atuação, desde a fiscalização e controlo das medidas adotadas pelo Governo, apoio a entidades como a Polícia Nacional, Proteção Civil, delegacias de Saúde e Ministério da Saúde.
“Participamos desde o transporte de pessoal, material e medicamentos ao controlo efetivo de áreas marítimas, áreas costeiras e circulação de pessoas em diversas ilhas”, enumerou o chefe de Estado-Maior, para quem a pandemia veio demonstrar que os desafios futuros “são enormes”.
Para o mesmo responsável, a situação atual veio provar que, apesar de tudo o que foi feito, é necessária uma preparação militar mais variada e virada para enfrentar outros cenários, principalmente no apoio à população e instituições.
“O que exige melhores condições operacionais, melhor equipamento e um treino diversificado”, apontou Anildo Morais, para quem o desafio é criar essas condições no futuro para que as Forças Armadas possam continuar a servir a Nação e os seus interesses.
Além do orçamento deficitário, o comandante da Logística disse que outro desafio das Forças Armadas é ter mais recursos humanos, tendo em conta que os atuais são muito aquém das necessidades, bem como ter mais meios táticos de transporte e de comunicação, conclui a Lusa.