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"Fragmentação da população exige soluções que garantam acesso à saúde com mesma qualidade dos centros urbanos" – Austelino Correia 28 Setembro 2023

O presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, disse esta quarta-feira, 27, no Mindelo, que a fragmentação da população, nas ilhas e entre elas, exige soluções que garantam o acesso aos cuidados de saúde com a mesma qualidade dos centros urbanos.

Austelino Correia falava ao presidir à abertura do V Congresso Internacional da Ordem dos Médicos Cabo-Verdianos, sob o lema “Inovar para aumentar o acesso à saúde”, que decorre na cidade do Mindelo (São Vicente) até sexta-feira.

Segundo o presidente da Assembleia Nacional, para Cabo Verde, País insular em desenvolvimento, a inovação é uma exigência permanente, pelo que na saúde, mais do que em qualquer outra área, é preciso criar as pontes para a transferência tecnológica, para a de saberes e a mobilidade de profissionais de saúde.

Isto, explicou, “por forma a garantir que uma mulher que reside na Brava tenha acesso por direito próprio a uma consulta especializada de ginecologia e um homem residente na ilha do Maio tenha uma consulta especializada de oftalmologia”.

Ou seja, o que deseja é que todos tenham acesso ao serviço de saúde de qualidade independentemente da sua localização geográfica e condição social e económica, independentemente de haver ou não hospitais onde residem.

Nesta linha, Austelino Correia disse não ter dúvidas de que o V Congresso Internacional da Ordem dos Médicos Cabo-Verdianos apresentará contribuições e recomendações altamente relevantes por ser um fórum potencialmente transformador de experiências e ideias partilhadas em busca de soluções inovadoras para aumentar o acesso aos cuidados de saúde.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, defendeu que para se alcançar os objectivos do desenvolvimento sustentável (ODS), particularmente a cobertura universal da saúde, é imperioso que o desenvolvimento progressivo da saúde esteja assento em princípios orientadores de eficiência, equidade e eficácia.

“Para isso acontecer é necessário um investimento forte no capital humano, nas infra-estruturas, nos produtos médicos de qualidade e tecnologias de saúde, na boa governação em saúde, na informação, na investigação e inovação e no financiamento da saúde”, sugeriu, acrescentando ainda que “alcançar a saúde, com carácter universal, requer a capacitação das populações sendo uma prioridade a promoção da saúde e a prevenção da doença como eixos fundamentais e transversais a todos os níveis”.

Segundo o secretário de Estado adjunto da ministra Saúde, Evandro Monteiro, os congressos médicos são espaços de partilha e de actualização de conhecimentos técnicos actuais e modernos existentes na área da saúde na vertente médica e ainda em outras áreas de intervenção que complementam o saber médico.

“Há aspectos que irão ser debatidos e discutidos aqui que têm a ver com a própria conjuntura, a própria problemática que temos a nível do sistema nacional de saúde (SNS) e ver o paralelismo com as altitudes. Porque Cabo Verde tem vindo a ter resultados significativos com indicativos substanciais a nível da saúde, como na taxa de mortalidade infantil em que somos o primeiro, a nível dos países africanos”, exemplificou.

Conforme Evandro Monteiro há áreas que irão ser discutidas no congresso e irão trazer os “inputs” necessários para o sistema, mas, sobretudo, para a classe médica e apresentar novas soluções para os médicos e para os doentes. Pelo que, argumentou, o congresso afigura-se como um “espaço de diálogo para aumentar ainda a cobertura do acesso em Cabo Verde que, neste momento, está em mais de 72 por cento (%), estando entre os dois primeiros a nível do continente africano”.

Por sua vez, o bastonário da Ordem dos Médicos Cabo-verdianos (OMC), Danielson da Veiga, disse que o congresso representa um momento significativo para a comunidade médica cabo-verdiana pois, lembrou, estão reunidos para explorar novas abordagens, compartilhar conhecimentos e trabalhar juntos em direcção ao objectivo comum que é melhorar a saúde e o acesso aos cuidados de saúde.

“Serão discutidos tópicos de diferente complexidade, mas de grande impacto na saúde dos cabo-verdianos que vão desde à revolução digital na assistência médica até às estratégias para garantir que todos tenham acesso aos cuidados de saúde de qualidade, de forma mais empática, com aposta em estratégias de comunicação que valorizem a relação médico-doente e que melhorem a performance das equipas de saúde”, explicou, adiantando que a OMC pretende também ouvir a classe, as suas expectativas, os seus anseios.

Segundo o bastonário, no congresso vão explorar os diversos aspectos da literacia em saúde, lembrando que é dever deles, enquanto profissionais de saúde e defensores da saúde pública, garantir que todos os indivíduos tenham a capacidade de tomar as decisões bem fundamentadas sobre a saúde e bem-estar.

“Mais do que ler folhetos médicos ou compreender rótulos de medicamentos, almejamos que a nossa sociedade possa acessar, entender e usar informações de saúde de maneira eficaz para tomar decisões informadas sobre a própria saúde e o cuidado com a saúde de outras pessoas, garantindo assim um melhor uso do nosso sistema de saúde”, prognosticou.

Sob a forma de conferências, palestras, mesas-redondas, temas livres e sessões promocionais, os trabalhos do congresso realizar-se-ão até sexta-feira, 29, com oradores nacionais e estrangeiros que são especialistas em diferentes áreas da saúde e contarão com a presença dos bastonários da Ordem dos Médicos dos Países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A Semana com Inforpress

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