A cosmopolita Nice é, pela terceira vez desde o "14 de Julho" de 2016, alvo de um ataque terrorista do djihadismo. O ataque aconteceu por volta das nove da manhã, no interior da "Basilique de Notre Dame", o principal templo católico da cidade da Côte d’ Azur, no sul de França.
Uma testemunha disse à BFMTV que os clientes do seu estabelecimento "em pânico ao ouvir tiros pouco depois das nove horas, saíram a correr sem pagar".
A intervenção policial foi imediata e cercou o atacante que, alvejado, foi dominado antes de voltar a atacar.
O terrorista era portador de um documento da Cruz Vermelha italiana emitido na ilha de Lampedusa em setembro.
Segundo fontes policiais, o atirador alvejado está "em situação muito grave".
Este é o segundo ataque terrorista no mesmo mês em França. Há pouco mais de duas semanas o professor liceal, Samuel Paty, foi morto no dia 16 por decapitação por um refugiado tchetcheno, de 18 anos, que disse tê-lo feito em nome da religião. No dia 5 deste mês, o professor tinha apresentado caricaturas do profeta Maomé numa aula sobre liberdade de expressão (Terrorismo em França: Tchetcheno de 18 anos mata e decapita professor "por mostrar caricaturas de Maomé",18.out.020).
Alta tensão entre Macron e mundo muçulmano de Erdogan a Rouhani
As tensões diplomáticas estão ao rubro entre a França e a Turquia depois que o presidente Emmanuel Macron reafirmou que "a França não se vergará ao fundamentalismo islâmico" e defendeu a publicação e discussão das caricaturas de Maomé como expressão dum dos valores fundamentais da sociedade francesa que é a liberdade de expressão.
Estas declarações de Macron — em defesa dos valores laicos e do direito de rir com a religião — estão a indignar o mundo islâmico e desencadearam uma onda de manifestações na maioria dos países árabes e resultaram também no boicote à compra de produtos franceses.
Os 27 Estados-membros da União Europeia afirmaram esta quinta-feira que "o terrível ataque na Catedral de Nice reforça a nossa determinação em manter a Europa unida contra o terrorismo". Prometem manter-se "unidos e firmes na solidariedade com a França, o povo francês e o seu Governo".
Fontes: BFMTV/ Le Parisien/ Le Figaro/ Nice Matin.