O condutor menor do veículo motorizado desobedeceu à ordem de parar dada pela BAC-Brigada Anti-Crime. Da fuga que se seguiu resultaram o embate num outro veículo e a morte imediata do menor sem carta e sem seguro. O passageiro, jovem mas maior, veio a morrer no hospital.

Segundo a versão da polícia, após iniciar a perseguição do potente Yamaha T-Max, deram-se conta que "a situação era demasiado perigosa", pelo que desistira. Pouco depois, deu-se o embate após a potente motorizada ter passado o semáforo no vermelho.

Segundo a autarquia de Limoges em declarações à AFP, a motorizada embateu num carro em que seguia uma família com crianças pequenas — que estão "em choque e traumatizadas".

Os bombeiros de Limoges confirmaram à AFP que ocorreram incêndios de diversos carros durante a madrugada no limusino bairro de Beaubreuil, onde se deu o desfecho trágico. A intervenção da polícia no local levou os manifestantes a dispersar na madrugada deste domingo.

"A tristeza exprimiu-se através da violência, o que é inaceitável. A violência, sempre injustificada, não nos vai trazer de volta estas duas vidas jovens que perdemos", disse o Edil local no seu apelo "à calma e recolhimentos necessários à família e amigos no seu luto".

O supramunicípio de Haute-Vienne, que integra Limoges, prefere pronunciar-se apenas após o procurador de Limoges — o que ainda não aconteceu no início da tarde deste domingo.

Recorde-que no dia 27-6 o adolescente Nahel morreu durante uma operação de controlo de trânsito em Nanterre, cidade-satélite de Paris. O alegado perfil racial fez repercutir o caso na imprensa mundial e durante sete semanas o país assistiu a atos de protesto acompanhados de vandalismo.

Fontes: Le Monde/BFMTV/Le Figaro/Actu24. Relacionado: França revolta em protestos pela morte de menor baleado pela polícia — MAI põe 40 mil polícias nas ruas, 29.jun.023; França: Entrega-se após andar fugido escondido ’o pendura’ de Nahel — "Viu o melhor amigo morrer e fugiu para não morrer", 04.jul.023. Fotos: Local do acidente, em Limoges a c.400 km de Paris. O Edil lamentou cenas de violência (mas logo controladas) — a lembrar o caso Nahel que desde 27 de junho provocou distúrbios em todo o território francês e até na Bélgica.