O presidente Emmanuel Macron recebeu no palácio do Eliseu, na terça-feira, os pais da menina assassinada e prometeu-lhes todo o apoio.
Mas a ocasião foi aproveitada pelos partidos da oposição, da esquerda até à direita, para acusar o governo de ter "falhado com a família" da vítima porque não deram seguimento à OQTF (obrigação de deixar o território francês) emitida em agosto contra Dahbia B.
Na sessão de ontem na Assembleia Nacional, o líder d’Os Republicanos (LR) acusou o ministro da Administração Interna: "É sua responsabilidade a morte desta criança, porque não expulsou aquela cidadã estrangeira".
Marine Le Pen, do partido RN da extrema-direita, condenou a política imigratória "laxista" do governo.
"A suspeita neste crime barbaro tinha sido expulsa do nosso país — isto foi há três anos! O que é que está a impedir o governo de dar um basta a esta imigração clandestina descontrolada?"
"Um pouco de decência", reagiu a primeira-ministra Elisabeth Borne dirigindo-se à Marine Le Pen a quem pediu para mostrar "mais respeito pela dor dos pais e pela memória de Lola".
"Vamos deixar a polícia fazer o seu trabalho", rematou a chefe do governo nesse debate parlamentar.
Tortura
A criança de doze anos não regressou da escola à hora prevista. Foi encontrada horas depois no contentor que acolhe o lixo do bloco de apartamentos onde residia.
A autópsia revelou como causa da morte uma "insuficiência cardiorrespiratória" com "sinais de asfixia e compressão cervical".
Sinais de tortura eram os ferimentos no rosto, costas e pescoço — que não tinham sido causa da morte.
O pai de Lola é o porteiro do bloco de apartamentos e foi o primeiro a apontar Dahbia B. como a principal suspeita com base nas imagens de videovigilância.
A investigação mostrou que um homem de 43 anos a ajudou a colocar o corpo no contentor.
Fontes: Le Parisien/Le Figaro/Paris Match/BBC/DW.