O pulverizador virucida ’COV-Defense’ (foto à d.ta) é feito à base de água ionizada, com propriedades antimicrobianas. Os seus concetores explicam que "o spray permite desativar o vírus", que "minutos depois será assoado para limpar totalmente as fossas nasais".
O fármaco exterminador de vírus afigura-se prometedor, um grande avanço no combate à Covid-19.
Mas a cada avanço parece corresponder um novo desafio, que se não for vencido pode constituir um recuo. Como aconteceu na semana passada com o "odioso" ciberataque ao hospital de Dax, no sudoeste de França, na terça-feira, 9.
"O sistema entrou em colapso", como disse na sexta-feira, 12 o presidente do conselho hospitalar e também presidente da Câmara municipal, Julien Dubois, que quatro dias depois continuava a apelar aos munícipes para só recorrerem ao hospital em caso de "verdadeira urgência".
A infraestrutura hospitalar do sudoeste de França, ficou paralisada quando o sistema informático foi abaixo. Era perto das duas da manhã e o médico no banco de urgência ainda pensou que se tratava de avaria, mas não: era um ciberataque que, suspeita-se, terá sido desativado com pagamento de resgate — uma prática iniciada nos Estados Unidos.
"Entrámos em pânico. Temos doentes a entrar e os computadores não funcionam, não temos como comunicar entre os diversos serviços. Voltamos ao papel e caneta", explicou o médico Jean Febre à AFP.
’Sem sistema’, tudo ao ralentl
"O ataque a um hospital é um dos crimes mais odiosos", lamentou o presidente de Dax na região das Landes, na fronteira com a Espanha. Julien Dubois destacou que quatro dias depois do ciberataque, o hospital ainda não conseguira voltar a funcionar em pleno. Sem terem conseguido recuperar dados essenciais do hardware, "continuam os problemas com o acesso aos dados".
Uma funcionária administrativa contou na sexta-feira, em direto pela rádio Bleue, o seu dia-a-dia perturbado por esse ataque de mal ware: : "Os bombeiros acabam de me trazer um senhor. Tenho de ir buscar os documentos dele que estão em papel, mas vou continuar sem os dados informatizados" — que são a maioria.
Sem acesso ao sistema informático, "temos de refazer tudo, de A até Z. São informações vitais", rematou a administrativa.
Uma enfermeira anestesista explicou em entrevista à TF1 como ficar "sem sistema" afeta o seu trabalho: "Só estamos a atender urgências, mas estamos com dificuldades porque a esterilização dos instrumentos é gerida pelo sistema informático. O acesso aos relatórios, a começar pelos exames de sangue, os antecedentes cárdio, tudo está na rede informática".
Quanto pedem os piratas
Os temíveis ransom wares paralisam a atividade normal das empresas, afetam serviços públicos essenciais e podem pôr vidas em risco.
Segundo um especialista ouvido pelo online Huffington Post, o também ilegal pagamento de resgates tem sido o meio para repor o funcionamento do sistema.
Os montantes desta prática ilegal, mantida em segredo, são calculados em valores acima dos cem mil dólares. A um escritório de advogados, dos Estados Unidos, pediram quatro milhões, refere o Huffington Post — sem informar todavia se esse valor foi pago.
Fontes: L’Express/Le Figaro/Referidas. Fotos (AFP): Spray nasal ’Defense Covid’. Hospital sob ciberataque leva 15 dias em média para voltar ao normal. Os piratas têm vindo a escolher os hospitais como principais alvos.