A oposição reivindicou a vitória do seu candidato Albert Ondo Ossa, de 69 anos, na eleição de sábado 26, denunciando os resultados que reelegeram Ali Bongo, de 66 anos, para um terceiro mandato.
Cinco dias depois, os militares foram à televisão estatal anunciar a anulação dos resultados eleitorais e "a dissolução de todas as instituições da República", bem como, o fecho de todas as fronteiras.
Imagens das ruas de Libreville na manhã de quarta-feira 30 mostraram populares a saudar a passagem dos militares.
A dinastia dos Bongo Ondimba que leva já 55 anos no poder foi — na terceira candidatura de Ali Bongo, após a tangencial vitória de 2016 — desafiada por uma coligação de partidos que apoiaram o candidato Albert Ondo Ossa, de 69 anos.
A instabilidade, desde sábado assim despoletada, está a ser utilizada como justificativa para o golpe-de-Estado anunciado por doze militares (foto) às oito da manhã na televisão estatal, Gabon 24. É mais um golpe-de-Estado, o oitavo em três anos, na África francófona.
Mudança das regras. A oposição denunciou a mudança que foi decretada a poucos dias das eleições de sábado 26, em que 850 mil eleitores (numa população de 2,3 milhões) elegeram o presidente, os deputados nacionais e locais.
Segundo as novas regras, o voto no deputado local conta automaticamente como um voto no candidato presidencial desse deputado.
Mais irregularidades: a eleição segundo observadores foi acompanhada de irregularidades, desde a mudança das regras poucos dias antes, e, no dia do plebiscito, a imposição de recolher obrigatório e o cancelamento da internet.
Fontes: Le Monde/Reuters/BBC/DW.de. Fotos: O general Brice Oligui Nguema, de 48 anos. (Alto à esquerda): Ali Bongo sucedeu em 2009 ao pai Omar (que esteve 41 anos no poder) e já vai no terceiro mandato. Populares saúdam a passagem dos militares nas ruas de Libreville na manhã de quarta-feira 30, a seguir ao comunicado do golpe-de-Estado.