A situação causa “muita dor”, mas “as questões migratórias são globais, carecem de cooperação internacional, de muita discussão e estratégia”, referiu Filomena Gonçalves à comunicação social.
A ministra falava no porto da Palmeira, ilha do Sal, à margem das operações de acolhimento do grupo resgatado no oceano Atlântico por um pesqueiro espanhol.
“Por aquilo que o mundo está a atravessar, agora, com as questões migratórias, temos, todas as nações, que nos sentar à mesa e ver o que podemos fazer para que não percamos mais vidas no mar”, sublinhou a governante.
“A palavra de ordem é solidariedade”, destacou, ao enaltecer o trabalho - num dia feriado em Cabo Verde - de uma equipa multidisciplinar de dezenas de pessoas que se mobilizou para receber e tratar dos migrantes.
De acordo com os testemunhos recolhidos, estima-se que a piroga, com 15 a 20 metros de comprimento, tivesse cerca de 100 pessoas a bordo, todas senegalesas, exceto uma, da Guiné-Bissau.
Ainda não está clarificado de onde partiram, nem qual seria o destino.
Quando foi encontrada pelo barco de pesca, na segunda-feira, a embarcação já só tinha 48 passageiros e, entre os sobreviventes, há quatro menores, com idades entre os 12 e os 16 anos.
Todos receberam tratamento para desidratação, sendo que sete foram transportados para uma unidade hospitalar por estarem numa situação mais frágil.
Em novembro, Cabo Verde e Senegal manifestaram a vontade de reforçar a cooperação e trabalhar em conjunto com outros Estados africanos para combater a imigração ilegal, dias após uma embarcação com 66 imigrantes senegaleses dar à costa na ilha do Sal.
Em janeiro, uma outra piroga chegou à ilha da Boa Vista com 90 migrantes africanos a bordo e dois já mortos.
Na altura, o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, pediu a criação de condições para prevenir a chegada de migrantes e para promover o seu acompanhamento. A Semana com Lusa